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Pesquisadores desvendam como a bactéria da doença de Lyme entra na corrente sanguínea

Descobertas podem informar melhor as opções de tratamento e ajudar a prevenir resultados graves da doença

Erik_Karits via Pixabay

Fonte

JHU | Universidade Johns Hopkins

Data

quinta-feira, 29 dezembro 2022 11:50

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Dermatologia. Doenças Infecciosas. Hematologia. Microbiologia. Nanotecnologia.

Estima-se que 476.000 pessoas nos EUA sejam infectadas a cada ano com a doença de Lyme, uma condição que causa uma ampla gama de sintomas que incluem febre, erupção cutânea e dor nas articulações, bem como efeitos no sistema nervoso central e no coração. Embora seja de conhecimento geral que a Borrelia burgdorferi – a bactéria que causa a doença – entra no corpo através da picada de um carrapato infectado, a forma como a bactéria consegue migrar dessa picada para a corrente sanguínea de uma pessoa não era claramente compreendida.

Recentemente, engenheiros da Universidade Johns Hopkins (JHU) podem ter encontrado a resposta. Usando um modelo de engenharia de tecido tridimensional projetado sob medida, eles verificaram que a B. burgdorferi usa movimentos de tentativa e erro para encontrar e deslizar através de pequenas aberturas no revestimento dos vasos sanguíneos perto do local original da picada. Isso permite que elas peguem ‘carona’ na corrente sanguínea por todo o corpo, potencialmente infectando outros tecidos e órgãos. Os resultados foram publicados na revista Advanced Science.

“Nossas observações mostraram que, se as bactérias não encontrassem uma dessas junções na primeira tentativa, continuariam procurando até que uma fosse encontrada”, disse o Dr. Peter Searson, líder da equipe, professor do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia da JHU e pesquisador do Instituto de NanoBioTecnologia da JHU. “As bactérias passam uma ou duas horas usando esse comportamento para encontrar o caminho para acessar os vasos sanguíneos, mas uma vez lá, elas estão em circulação em questão de segundos”, continuou o pesquisador.

A equipe injetou seu modelo tridimensional, que simula um vaso sanguíneo humano e seu tecido dérmico circundante, com a bactéria, simulando uma picada de carrapato, e usou uma técnica de imagem óptica de alta resolução para observar seus movimentos. Eles observaram que, embora o tecido no local original da picada fosse um obstáculo para as bactérias superarem, pouco esforço era necessário para que penetrassem nas junções e entrassem na corrente sanguínea.

“Já criamos modelos vasculares de outros tecidos com engenharia de tecidos, então aplicamos o que aprendemos para criar um modelo de tecido dérmico para estudar o comportamento e os mecanismos de disseminação de patógenos transmitidos por vetores”, disse o Dr. Peter Searson.

A doença de Lyme é prevalente na América do Norte, Europa e Ásia e, embora os tratamentos com antibióticos sejam eficazes, alguns pacientes apresentam sintomas que podem persistir por meses e, em alguns casos, anos. A equipe da JHU disse que entender como a B. burgdorferi se espalha pelo corpo pode ajudar a informar os tratamentos para evitar que as bactérias da picada inicial entrem em outros tecidos e órgãos.

“Também acreditamos que o tipo de modelo de engenharia de tecido humano que criamos pode ser amplamente aplicado para visualizar os detalhes dos processos dinâmicos associados a outras doenças transmitidas por vetores e não apenas à doença de Lyme”, concluiu o professor Peter Searson.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Johns Hopkins (em inglês).

Fonte: Gina Wadas, Universidade Johns Hopkins. Imagem: carrapato, que pode ser vetor da doença de Lyme. Fonte: Erik_Karits via Pixabay.

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