Notícia

Pesquisadores estudam novo tratamento para o Diabetes Mellitus Tipo 1

Estudo avalia cloroquina incorporada a nanopartículas

Jefferson Tafarel, UFRN

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

sexta-feira, 27 dezembro 2019 12:30

Áreas

Biologia Celular. Farmacologia. Metabolismo. Saúde Pública.

Com números preocupantes, o diabetes é uma das principais causas de morte por doença no Brasil, ocupando a quarta colocação em documento divulgado pelo Ministério da Saúde em 2018.

Em um atlas publicado pela Federação Internacional do Diabetes (IDF, da sigla em inglês), o país é o 4º colocado entre os dez países do mundo com mais indivíduos diabéticos, sendo cerca de 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença.

Estima-se que 5 a 10% desse total sejam afetados pelo diabetes mellitus tipo 1, caracterizado pelo ataque do sistema imunológico a células beta, diminuindo drasticamente a capacidade do organismo de liberar insulina. Tal processo faz com que a glicose fique concentrada no sangue em vez de gerar energia. Em geral, aparece na infância ou na adolescência, embora também possa ser diagnosticada na fase adulta.

Tradicionalmente, a doença é tratada com o a administração da insulina, mas nem sempre esse método é suficientemente eficaz. Por isso, um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) busca propor um novo tratamento para o diabetes mellitus tipo 1 e as complicações decorrentes dele.

A pesquisa, intitulada Nanoparticle-incorporated chloroquine as a possible anti-inflammatory therapy in type 1 diabetes mellitus (Cloroquina incorporada a nanopartículas como possível terapia anti-inflamatória no diabetes mellitus tipo 1, em tradução livre), tem encontrado resultados muito satisfatórios ao submeter células diabéticas in vitro a um novo tratamento com cloroquina.

“Concluímos que a cloroquina diminuiu a inflamação nessas células e que pode, no futuro, reduzir as complicações que o diabetes mellitus muitas vezes causa nos pacientes”, explica Renato Ferreira, doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFRN, e um dos autores do trabalho.

Testes

Para chegar a essa conclusão, houve cooperação de diversos setores. A unidade de endocrinologia pediátrica do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), sob responsabilidade do professor e médico endocrinologista Dr. Ricardo Arrais, recrutou 25 crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos de idade com diabetes mellitus tipo 1. Em seguida, o Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, com coordenação da professora Paula Lima Machado, fez a cultura das células desses pacientes.

Então, os pesquisadores serviram a cloroquina incorporada às nanopartículas em células primárias e verificaram se isso reduzia ou não o perfil inflamatório. “Muitos trabalhos usam células não primárias já diabéticas ou de outros órgãos que não são de pacientes diabéticos. Suplementam, causam a inflamação e veem a ação da cloroquina. Mas um estudo com células dos próprios pacientes é inédito”, afirma Renato.

As nanopartículas utilizadas no estudo foram formuladas no Laboratório de Tecnologia e Biotecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia (Tecbiofar), pelo professor Dr. Arnóbio Silva Junior. Segundo Renato, o aproveitamento da substância é potencializado pela tecnologia. “O uso desse fármaco incorporado nas nanopartículas aumenta a sua biodisponibilidade, melhorando a resposta farmacológica e reduzindo o aparecimento de efeitos adversos”, destaca o pesquisador.

Prêmio Procópio do Vale

No mais recente congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a pesquisa foi contemplada com o Prêmio Procópio do Vale, destinado ao melhor trabalho de tecnologia em diabetes. O estudo foi destaque entre outros 300, dos quais apenas cinco chegaram à final. “Trabalhamos com duas áreas muito caras: cultura de célula e biologia molecular. Sermos premiados com um trabalho que não é simples, mas é feito com pouco recurso [R$ 30 mil], significa que com mais investimentos é possível chegar a algo ainda maior”, conclui Renato.

Acesse a notícia completa na página da UFRN.

Fonte: Marcos Neves Jr., UFRN. Imagem: Jefferson Tafarel, UFRN.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account