Notícia

Pesquisadores estudam plantas do Semiárido, como o angico, para o tratamento de doenças

Pesquisadores da UEPB e da Universidade East Carolina identificam in vitro o efeito da Anadenanthera colubrina (angico) no tratamento da candidíase oral e na infecção pelo HIV

Marcelino Dias, Flickr

Fonte

FAPESQ/PB | Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba

Data

quarta-feira, 4 março 2020 10:50

Áreas

Desenvolvimento de Fármacos. Farmacognosia. Fitoterapia.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) estudam os benefícios de plantas do Semiárido para a prevenção e/ou tratamento de doenças. Uma das espécies que tem apresentado resultados promissores é a Anadenanthera colubrina vell. Brenan, conhecida popularmente como angico. As pesquisas indicam que o angico inibe o biofilme maduro da cavidade oral, especialmente aquele associado à candidíase. Seus compostos ativos diminuem a proliferação da Candida sem provocar efeito tóxico significativo às células do hospedeiro.

Em estudo recente realizado pela doutoranda Carolina Medeiros de Almeida Maia, orientada pela professora Dra. Edja Maria Costa, foi identificado de maneira preliminar o potencial anti-HIV do angico, durante a realização de seu Doutorado Sanduíche na Universidade East Carolina, nos Estados Unidos, sob a supervisão do professor Dr. Ramiro Murata. A parceria foi proporcionada por meio do Programa de Doutorado de Sanduíche no Exterior (PDSE) oferecido pela CAPES. A pesquisa no exterior foi realizada durante o período de um ano e possibilitou realização de parte da tese, com eixo central na análise in vitro do efeito modulador de extrato de planta típica do semiárido nordestino na interação entre Candida albicans (patógeno) e o hospedeiro (células humanas).

Estes dados são resultados do projeto “Caracterização de propriedades biológicas e terapêuticas de plantas medicinais de aplicação clínica odontológica”, coordenado pela professora Edja  Costa, que tem como objetivo central a caracterização do potencial bioativo de plantas medicinais para a prevenção e/ou tratamento das doenças bucais mais prevalentes, como a cárie dentária, doença periodontal e candidose oral. A pesquisa foi aprovada em edital da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (FAPESQ/PB) – e recebe apoio financeiro de R$ 37 mil.

A candidíase oral é a micose mucocutânea mais frequente da cavidade oral, sendo causada por fungos do Candida (Candida spp.), encontrados na população em geral, como componentes naturais da microbiota oral. O desequilíbrio entre a imunidade do hospedeiro e a capacidade de crescimento deste microrganismo, resulta numa proliferação excessiva da Candida, causando a infecção, que geralmente acomete bebês, devido à sua imunidade ainda pouco desenvolvida, e adultos com o sistema imune enfraquecido. Além de causar infecções superficiais, as espécies de Candida podem, de forma mais agressiva, invadir os tecidos mais profundos, disseminando a infecção para outros órgãos.

“Em termos ecológicos [este projeto] representa a possibilidade de um manejo conservacionista para a espécie. Economicamente representa uma nova fonte de renda para as populações tradicionais que sobrevivem na região semiárida do Brasil e socialmente garante melhoria da qualidade de vida viabilizando a sobrevivência a partir dos recursos naturais do seu próprio ambiente”, destaca a pesquisadora Dra. Dilma Melo Trovão, colaboradora do projeto.

Para a concretização das atividades pertinentes ao projeto, a equipe de pesquisadores conta com o Laboratório de Análises e Diagnóstico de Odontologia, onde são realizadas as etapas de obtenção e preparo das amostras vegetais e as análises in vitro para determinação da atividade antimicrobiana e dos mecanismos de ação, especialmente, de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais do semiárido paraibano. Todos os equipamentos disponíveis foram adquiridos por meio de fomento externo (CNPq e FINEP), são multiusuários, e têm sido utilizados, especialmente, por professores e alunos dos cursos de Odontologia e Farmácia da UEPB.

“O estudo alavancará as pesquisas do grupo, uma vez que permitirá a realização de pesquisas mais complexas, em relação a mecanismo de ação e toxicidade das amostras vegetais, para geração de formulações medicamentosas de aplicação odontológica, acessíveis à população e aos serviços públicos de saúde, prioritariamente nos serviços de Atenção Básica”, afirmou a professora Edja Costa.

Acesse a notícia na página da FAPESQ/PB.

Fonte: Ascom, FAPESQPB. Imagem: Marcelino Dias, Flickr.

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