Notícia
Pesquisadores estudam se toxinas de vespas do MS podem combater infecções hospitalares como a septicemia
Primeiros resultados da pesquisa serão divulgados ainda em 2020
Um grupo de pesquisadores da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) coordenados pelo Dr. Ludovico Migliolo, Biólogo e doutor em Biotecnologia, vem realizando uma série de estudos sobre toxinas de serpentes e insetos e os usos farmacológicos destas substâncias.
O trabalho mais atual consiste em analisar as toxinas presentes em uma determinada espécie de vespa presente no Pantanal sul-mato-grossense, e com ela, produzir medicamentos antibióticos capazes de combater bactérias resistentes e biofilme.
Bactérias resistentes são encontradas principalmente em ambientes hospitalares e sua contaminação pode causar casos graves e até fatais como a septicemia; já o biofilme caracteriza-se por uma colônia de bactérias que fica agregada para ficar mais forte perante o tratamento; o biofilme é comum nos dentes, lentes de contato e em cateteres.
De acordo com o Dr. Ludovico, a pesquisa com as vespas, que conta com o apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado do Mato Grosso do Sul (Fundect), está em seu estágio inicial.
“ Nosso grupo de pesquisa é formado por alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e por pesquisadores e professores da instituição que neste primeiro momento está encarregado da coleta destes insetos para análise”, afirma o pesquisador.
“ Imagine que as toxinas da vespa são como uma pizza. Nosso trabalho será o de isolar cada componente dessa “pizza”, analisar para que serve o queijo, a azeitona, a calabresa; identificar cada composto proteico e verificar sua funcionalidade. A partir do isolamento e purificação de cada composto, poderemos identificar a sequência de aminoácidos e assim propor novas sequências para potencializar o efeito sobre o alvo”, explica o pesquisador.
O Dr. Ludovico explica ainda que a busca por novos medicamentos se dá pela alta resistência que bactérias podem apresentar frente a antibióticos como a amoxicilina, ampicilina e cloranfenicol. “Os antibióticos mais utilizados hoje em dia não têm uma base de proteína, e nós seres humanos somos seres proteicos. Buscando alternativas nas toxinas de animais que são formadas por proteína temos mais chances de sucesso já que o corpo humano não rejeita tal substância”, conclui o biólogo.
De acordo com o pesquisador, os primeiros resultados da pesquisa serão divulgados ainda em 2020.
Acesse a noticia completa na página da Fundect.
Fonte: Diogo Rondon, Fundect. Imagem : Pixabay.
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