Notícia
Pesquisadores identificam espécies de Leishmania com método inédito no país
Tecnologia de nanoporos permite a leitura de DNA e RNA em tempo real
Reprodução
Fonte
FMUSP | Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Data
sexta-feira, 11 fevereiro 2022 11:40
Áreas
Biotecnologia. Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Genoma. Saúde Pública.
Pela primeira vez no Brasil, cientistas utilizaram sequenciamento de nova geração para identificar espécies de Leishmania, um gênero de protozoários que inclui parasitas causadores de doenças infecciosas. O feito integra estudo do Laboratório de Parasitologia Médica (LIM46), do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado na revista científica Molecular and Cellular Probes.
Utilizando métodos mais rápidos e baratos em comparação com técnicas de sequenciamento de DNA anteriores, as tecnologias de nova geração permitem a leitura de bilhões de fragmentos de material genético simultaneamente, possibilitando o sequenciamento de genomas inteiros ou apenas áreas específicas de interesse.
“Essa abordagem experimental abre novas estratégias para a identificação, com alta sensibilidade, das espécies de Leishmania”, disse o professor Dr. Valdir Sabbaga Amato, um dos responsáveis pelo LIM46 e Professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP.
No caso do estudo, foi utilizado o sequenciador MinION™ de terceira geração, uma tecnologia de nanoporos capaz de realizar a leitura de ácidos nucleicos em tempo real. Pela primeira vez no país, pesquisadores utilizaram essa tecnologia para discriminar amostras de Leishmanias.
Aplicações
Leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e um problema de saúde pública em todo o mundo, sendo endêmicas em dezenas de países. Elas podem causar úlceras na pele e até mesmo afetar áreas como a mucosa bucal e o trato respiratório.
Dependendo do protozoário causador, a doença requer diferentes abordagens de tratamento e prognóstico. “A detecção e identificação das espécies de Leishmania das diferentes formas clínicas da doença pode proporcionar um tratamento precoce e adequado”, explicou o professor Valdir Sabbaga.
Embora a tecnologia de sequenciamento de nova geração seja amplamente utilizada no diagnóstico de doenças infecciosas, ela tem sido pouco aplicada na identificação de espécies de Leishmania.
Para o professor Valdir Sabbaga, dispositivos como o utilizado no estudo são recursos valiosos e podem ser utilizados tanto em centros de saúde como em regiões endêmicas. “A identificação de espécies de Leishmania por um método de boa acurácia é considerada um auxílio valioso no manejo diário do paciente e acreditamos que essa tecnologia possa, de fato, tornar-se padrão-ouro”, concluiu o pesquisador.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Faculdade de Medicina da USP.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FMUSP. Imagem: Reprodução.
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