Notícia

Pesquisadores indicam que proteína poderia bloquear crescimento de tumores

Fonte

Universidade Vanderbilt

Data

quinta-feira, 4 fevereiro 2021 09:10

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Medicina de Precisão. Oncologia.

Pela segunda vez, pesquisadores da área de Oncologia da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, descobriram uma proteína que combate tumores em dias quando é geneticamente manipulada. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica eLIFE.

O Dr. William Tansey, professor de Biologia Celular e do Desenvolvimento e Bioquímica da Universidade Vanderbilt, dedica-se a entender como funciona o oncogene MYC. A proteína, altamente conservada, desempenha funções importantes no desenvolvimento humano normal e, muitas vezes, é reativada nos cânceres mais letais e difíceis de tratar.

“O MYC se torna o nitro no tanque, conduzindo rodadas implacáveis ​​de duplicação e divisão de células. Quanto mais rápido as células crescem e se dividem, mais acumulam mutações, que dão origem ao crescimento do câncer”, destacou o pesquisador.

O MYC tem sido um alvo de drogas por pelo menos 30 anos, disse o Dr. Tansey, e foi considerado “impossível de ser medicado” devido à sua falta de estrutura. Para contornar esse obstáculo, o Dr. Tansey decidiu identificar as proteínas parceiras mais estruturadas do MYC com o objetivo de criar mutações que interrompam as interações dos parceiros com o MYC que causam o crescimento do câncer. “Se pudermos validar o contato físico entre o MYC e uma proteína, podemos ir atrás dele terapeuticamente”, disse o especialista.

O Dr. Tansey e seus colaboradores identificaram a proteína Host Cell Factor-1 (HCF1) como uma candidata definitiva para este tipo de desenvolvimento terapêutico. A HCF1 é tocada pelo MYC e é importante no estímulo da síntese de proteínas. Quando uma célula cancerosa com MYC é geneticamente modificada para não interagir mais com o HCF1, a célula cancerosa começa a se autodestruir. O desenvolvimento de uma terapia que limite essa interação é uma etapa extremamente promissora no tratamento do câncer.

“O interessante é que não precisamos retirar todas as funções do MYC. Como um calcanhar de Aquiles, só precisamos ir atrás de uma interação muito específica”, ressaltou o Dr. William Tansey.

Esta é a segunda proteína descoberta pelo Dr. Tansey que responde ao MYC dessa forma. Uma descoberta anterior da proteína WDR5, em colaboração como Dr. Stephen Fesik, mostrou um comportamento muito semelhante.

“O MYC se liga fisicamente ao DNA para ativar genes. Os fatores de transcrição de proteínas precisam apenas de dois domínios: um domínio de ligação ao DNA e um domínio de ativação que estimula o DNA a fazer RNA e proteínas. Estamos interessados na parte intermediária, o pedaço órfão da proteína que ninguém mais estudou com profundidade ainda”, disse o Dr. Tansey.

Resultado de quatro anos de trabalho rigoroso, o laboratório do Dr. Tansey ainda pretende ter uma noção maior de como a proteína HCF1 funciona com o MYC e como afeta outras funções das proteínas.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Vanderbilt (em inglês).

Fonte:  Marissa Shapiro, Universidade Vanderbilt. Imagem: Estrutura cristalina de MYC e Max em complexo com DNA. Fonte: Mark ‘AbsturZ’ via Wikimedia Commons.

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