Notícia

Plantas nativas de tabaco renascem como ‘biofábricas’ de medicamentos

Pesquisadores usam a planta de tabaco selvagem para produzir moléculas que podem ser transformadas em medicamentos

Charles Andres via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Queensland

Data

terça-feira, 6 junho 2023 06:25

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Entrega de Medicamentos. Farmacologia. Indústria Farmacêutica. Microbiologia. Neurociências. Química Medicinal. Saúde Pública. Toxicologia.

Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, mostraram que plantas de tabaco australianas podem ser usadas como ‘biofábricas’ de medicamentos em larga escala.

O professor Dr. David Craik e o Dr. Mark Jackson, pesquisadores do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland, demonstraram que o tabaco selvagem nativo, Nicotiana benthamiana, pode potencialmente produzir grandes quantidades de medicamentos, mais baratos e sustentáveis do que os métodos de fabricação industrial.

É o estudo mais recente em um esforço de 10 anos do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland para tornar realidade o cultivo de medicamentos a partir de plantas. “Estamos usando a capacidade natural das plantas de produzir ciclotídeos – cadeias de aminoácidos em forma circular – o que os torna muito estáveis e adequados como medicamentos orais. Usando técnicas modernas de biologia molecular, podemos efetivamente instruir a célula vegetal a produzir a molécula de interesse. As folhas de tabaco silvestre são então colhidas, liofilizadas e a molécula é processada para ser transformada em medicamento oral”, disse o professor Craik.

O Dr. Jackson disse que a fabricação tradicional de produtos farmacêuticos em larga escala é cara e geralmente usa produtos químicos agressivos, gerando uma grande quantidade de resíduos: “Aproveitar plantas como ‘biofábricas’ é mais econômico, pois usa menos recursos e gera menos desperdício, com um processo de produção muito mais simples. Esse método também pode ser expandido de maneira muito sustentável – usando apenas luz, água e nutrientes”, disse o Dr. Jackson.

Os pesquisadores cultivaram o fármaco T20K, que está atualmente na Fase I de ensaios clínicos para tratar a esclerose múltipla (EM), uma doença autoimune devastadora que afeta o sistema nervoso central.

O professor Craik disse que o T20K é o primeiro medicamento ciclotídeo que progrediu para testes clínicos, mas ele espera que mais sigam e cheguem ao mercado: “Mostramos que é possível aumentar a produção de ciclotídeos em plantas, fornecendo uma plataforma para o cultivo de outros medicamentos para dor, câncer ou obesidade”, disse o professor Craik.

“Também há uma oportunidade de aumentar a capacidade de biomanufatura na Austrália com avanços na agricultura vertical – onde podemos facilmente ter um ambiente controlado para cultivar as plantas”, completou o Dr. David Craik.

A droga T20K está sendo desenvolvida pela empresa de biotecnologia Cyxone. O presidente do Conselho Consultivo Científico da Cyxone e co-inventor, o professor Dr. Christian Gruber, foi aluno de doutorado do professor Craik e ex-aluno da Universidade de Queensland.

O estudo foi publicado na revista científica Transgenic Research.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland. Imagem: Nicotiana benthamiana. Fonte: Charles Andres via Wikimedia Commons.

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