Notícia

Revelada ligação molecular entre a dor crônica e a depressão

Descobertas podem levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para dor crônica e depressão

Shutterstock

Fonte

Universidade Hokkaido

Data

quinta-feira, 3 outubro 2019 10:25

Áreas

Neurociências. Biologia Molecular.

Pesquisadores da Universidade Hokkaido, no Japão,  identificaram o mecanismo cerebral que liga dor crônica e depressão em camundongos. A pesquisa, publicada recentemente na revista científica The Journal of Neuroscience, pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para dor crônica e depressão.

“Os médicos sabem há muito tempo que a dor crônica geralmente leva à depressão, mas o mecanismo cerebral para isso não é claro”, disse o professor Dr. Masabumi Minami, da Universidade Hokkaido, um dos autores do artigo.

Os pesquisadores analisaram como as vias neuronais eram afetadas pela dor crônica em animais. Os especialistas usaram uma técnica eletrofisiológica para medir as atividades dos neurônios após quatro semanas de dor crônica e descobriram que a dor persistente causava alterações na via neuronal projetada da região do cérebro chamada núcleo leito da estria terminal (BNST, da sigla em inglês) para a região chamada área tegmentar ventral (ATV). Especificamente, eles encontraram sinalização aprimorada mediada pelo fator de liberação de corticotropina (CRF), que é um neuropeptídeo conhecido por estar envolvido em emoções negativas, como ansiedade e medo, no BNST de animais com dor crônica. Crucialmente, eles mostraram que essa sinalização CRF aprimorada leva à supressão do sistema de recompensa cerebral, o sistema nervoso que é ativado por recompensas e relacionado à produção de prazer e motivação. A supressão do sistema de recompensa é considerada um mecanismo subjacente da depressão, que leva à diminuição do prazer e da motivação.

“Ao esclarecer o mecanismo pelo qual o sistema de recompensa cerebral é continuamente suprimido, descobrimos o elo que faltava entre dor crônica e depressão”, afirma o Dr. Masabumi Minami.

Os pesquisadores descobriram que, quando eles tratavam os animais com uma droga que bloqueava os sinais excessivos de CRF, a atividade dos neurônios da dopamina, que desempenha um papel importante no sistema de recompensa do cérebro, aumentava. Isso sugere que drogas direcionadas a neuropeptídeos como a CRF poderiam ser desenvolvidas para tratar dor e depressão crônica no futuro.

“Essas descobertas podem não apenas levar a um melhor tratamento do aspecto emocional da dor crônica, mas também a novas terapêuticas para distúrbios depressivos”, conclui o Dr. Masabumi Minami.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Hokkaido (em inglês).

Fonte: Naoki Namba, Universidade Hokkaido. Imagem: Shutterstock.

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