Notícia

Startup e IPT desenvolvem biotecnologia contra o câncer

Projeto para diagnóstico rápido de infecção por HPV, desenvolvido pela startup Reddot Bio e pelo IPT, está em fase final de desenvolvimento

Divulgação, IPT

Fonte

IPT | Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Data

sábado, 20 maio 2023 18:30

Áreas

Bioinformática. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Diagnóstico. Empreendedorismo. Engenharia Biológica. Genética. Microbiologia. Oncologia. Saúde Pública.

A detecção instantânea do material genético do papiloma vírus humano (HPV), principal causador do câncer de colo de útero (ou câncer cervical), é o objetivo de um projeto em desenvolvimento executado em parceria pela startup de biotecnologia focada em diagnósticos moleculares de última geração, a Reddot Bio, e a Unidade Embrapii de Processos Biotecnológicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Alguns carcinomas são desenvolvidos por tipos virais: um dos mais conhecidos é o papiloma vírus humano (HPV), que é um fator etiológico bem estabelecido para o câncer do colo uterino. Esse vírus de DNA infecta primariamente o epitélio e pode induzir lesões benignas ou malignas na pele e na mucosa.

Alguns HPVs são considerados de alto risco e responsáveis pela progressão das lesões precursoras até o câncer cervical. A infecção genital pelo HPV é comum em mulheres jovens e geralmente é transitória – uma pequena proporção de mulheres infectadas desenvolve câncer cervical, pelo envolvimento de fatores ambientais e fatores genéticos na carcinogênese.

O projeto em execução no Laboratório de Biotecnologia Industrial do IPT tem como objetivo desenvolver um biossensor baseado na tecnologia de nanopartículas de ouro modificadas com uma molécula, no caso um oligômero antisense (antisensing oligomer, ASO), para a detecção do papiloma vírus humano.

“Para a execução do projeto, a Reddot Bio definiu algumas sequências de nucleotídeos com potencial de reconhecimento da sequência do vírus do papiloma humano, por meio de algoritmos e bioinformática”, afirmou a Dra. Patricia Leo, gerente técnica do laboratório e coordenadora do projeto no IPT. “O laboratório do IPT está funcionalizando as nanopartículas de ouro com estas sequências e padronizando testes para verificar a presença da sequência viral, usando extrato de células tumorais HPV positivas”.

Segundo ela, os principais desafios do projeto foram escolher primeiramente os modelos mais adequados de células HPV positiva e encontrar as concentrações ótimas (entre os diferentes componentes da reação) para o ensaio de reconhecimento, incluindo as quantidades adequadas entre o biossensor e a concentração celular para a preparação do extrato; a seguir, a questão a ser enfrentada foi encontrar o ponto ótimo entre a reação específica de reconhecimento entre amostras HPV positiva distintamente da reação com amostras HPV negativa.

Saúde pública

Rafael M. Bottos, sócio-fundador da Reddot Bio, explicou que atualmente a detecção do câncer de colo de útero pode demorar até três meses no Brasil, entre a primeira consulta médica, os exames, a biópsia e o diagnóstico final; na rede pública ou em localidades de menor infraestrutura, esse tempo pode ser bem maior.

Além de não conseguirem um agendamento rápido de retorno médico em sistemas públicos de saúde, muitas pacientes não retornam para buscar os resultados dos exames, atrasando uma possível intervenção precoce. Esse quadro traz grandes impactos financeiros para o SUS pela necessidade de tratamentos mais onerosos, como quimioterapia, radioterapia e, muitas vezes, cirurgias.

O rastreamento do câncer cervical é feito atualmente apenas por citologia (exame de Papanicolau), exames conjuntos de Papanicolau e HPV ou teste de HPV primário, que podem detectar a doença pré-invasiva. As pacientes apresentam-se normalmente assintomáticas e são identificadas após o rastreamento.

O prognóstico do câncer de colo uterino depende muito da extensão da doença no momento do diagnóstico, estando sua mortalidade fortemente associada ao diagnóstico tardio e em fases avançadas. O teste de Papanicolaou é capaz de detectá-lo em fase pré-maligna ou incipiente, quando é curável com medidas relativamente simples. Ainda que seja um exame rápido, de baixo custo e efetivo para detecção precoce, sua técnica de realização é, no entanto, vulnerável a erros de coleta e de preparação da lâmina e à subjetividade na interpretação dos resultados.

“Os testes para detecção do HPV têm sido propostos como estratégia complementar ou substitutiva da citologia oncótica na detecção precoce do câncer cérvico-uterino e de suas lesões precursoras, na triagem mais imediata de pacientes com células escamosas atípicas de significado indeterminado ou em mulheres de mais de 35 anos com neoplasia intraepitelial escamosa de baixo grau”, explicou a Dra. Patrícia Leo, lembrando que o biossensor em desenvolvimento irá permitir a identificação imediata da presença do vírus HPV causador da doença, ainda durante a consulta médica, e a entrega de resultados de alta qualidade em poucos minutos, permitindo que a paciente saia do consultório com uma diretriz de acompanhamento e indicação de tratamento adequado.

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Fonte: IPT. Imagem: Divulgação, IPT.

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