Notícia

Terapia à base de luz reduz resistência de bactéria a antibióticos

Estudo desenvolvido no Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica da USP de São Carlos mostra mudança no grau de sensibilidade bacteriana após cinco aplicações do tratamento conhecido como inativação fotodinâmica

NIAID/NIH via Wikimedia Commons

Fonte

Agência FAPESP

Data

terça-feira, 28 maio 2024 18:00

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Doenças Infecciosas. Engenharia Biológica. Física Médica. Fotônica. Imunologia. Microbiologia. Patologia. Saúde Pública.

Como tem sido cada vez mais difícil desenvolver antibióticos capazes de debelar bactérias resistentes, especialmente as que atingem o aparelho respiratório, o caminho trilhado por um grupo de cientistas foi o de tentar enfraquecê-las para que as substâncias disponíveis para o tratamento tenham mais eficácia. E ele se mostrou promissor.

Pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) apontou que a inativação fotodinâmica (PDI, na sigla em inglês para photodynamic inactivation) apresentou característica inovadora ao modificar o grau de sensibilidade bacteriana aos antibióticos de acordo com as dosagens, reduzindo a resistência e a persistência dos microrganismos.

O grupo, liderado pelo físico e engenheiro de materiais Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, trabalhou com Staphylococcus aureus – bactérias que podem causar desde infecções cutâneas até pneumonia – encontradas em material coletado de pacientes. Ficou demonstrado que o efeito da ação fotodinâmica ‘quebrou’ a resistência dessas bactérias após a aplicação de cinco ciclos de PDI.

A fotodinâmica utiliza luz e um fotossensibilizador que, em contato com a luminosidade, ganha energia e inicia uma série de reações com o oxigênio no local, causando oxidação e destruindo o microrganismo ou diminuindo sua resistência aos antibióticos.

Os pesquisadores usaram a curcumina (com dosagem de 10 microgramas/ml) como fotossensibilizador e trabalharam com os antibióticos amoxicilina, eritromicina e gentamicina. Depois das cinco aplicações da inativação fotodinâmica, eles detectaram que a bactéria Staphylococcus aureus ficou mais suscetível aos efeitos da gentamicina, apesar de outros dois antibióticos também terem se mostrado eficazes no ‘ataque’ ao microrganismo após as sessões.

“Descobrimos que fazendo o processo fotodinâmico às vezes não é possível matar a bactéria, mas conseguimos destruir parte dos mecanismos que ela utiliza para se tornar resistente. Daí veio a ideia de tentar um choque oxidativo para torná-las novamente suscetíveis aos antibióticos”, disse o Dr. Vanderlei Bagnato à Agência FAPESP. Ele coordena o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF).

O professor Bagnato explicou que vem trabalhando há alguns anos particularmente com foco em pneumonia resistente, um dos tipos que mais levam à morte em unidades de tratamento intensivo quando se trata de casos de infecção resistente a antibióticos. “Estamos perto de publicar outro artigo demonstrando uma técnica aplicada diretamente no pulmão. O paciente inala uma molécula indutora, fazemos a iluminação extracorpórea com infravermelho e reduzimos a resistência do microrganismo, combatendo a pneumonia, por exemplo”, antecipou o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP. Imagem: Interação da Staphylococcus aureus (bactéria verde) com glóbulos brancos humanos. Fonte: NIAID/NIH via Wikimedia Commons.

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