Notícia
Tratamento inédito para câncer no fígado
Docentes da Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP realizaram procedimento no Hospital das Clínicas da Faculdade
Divulgação, UNESP
Fonte
UNESP | Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Data
quarta-feira, 13 novembro 2019 09:40
Áreas
Oncologia. Medicina Nuclear.
Professores da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB-UNESP)realizaram um procedimento inédito no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). Trata-se da Radioembolização, técnica que utiliza radiação para o tratamento de tumores e metástases hepáticas. Os docentes envolvidos são o Dr. Fernando Gomes Romeiro, do Departamento de Clínica Médica, e a Dra. Sonia Moriguchi, da Disciplina de Medicina Nuclear.
O procedimento não é considerado curativo, mas pode causar uma redução considerável do tamanho do tumor, evitando que ele cause mais danos ao paciente portador desta condição patológica.
A realização deste tratamento de alta complexidade foi possível devido a um projeto de pesquisa do médico do HCFMB e docente da disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/Unesp), Dr. Fernando Gomes Romeiro, chamado “Resposta objetiva tumoral, perfil de segurança e taxas de sobrevida de pacientes com cirrose e carcinoma hepatocelular de estadiamento intermediário submetidos à Radioembolização com 131I-Lipiodol versus Quimioembolização arterial”. O projeto foi aprovado e apoiado financeiramente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Por ser um projeto de pesquisa, o tratamento ainda não pode ser oferecido a todos os pacientes portadores de tumores hepáticos. O procedimento foi realizado no HCFMB em um paciente do sexo masculino de 75 anos, que se encaixava nos critérios de inclusão do estudo.
Segundo o Dr. Fernando Romeiro, o tratamento teve uma resposta excelente, com redução de quase 80% do tumor. “O tratamento anterior foi feito por um procedimento semelhante, sendo utilizado um quimioterápico no lugar do material radioativo. Porém, não houve redução do tumor: era como se não tivesse recebido nenhum tratamento. Desta vez, com a Radioembolização, foi possível reduzir grande parte do volume tumoral”, explica o pesquisador.
O paciente ficou internado por três dias até que a radioatividade baixasse a níveis seguros, e a seguir, foi liberado para voltar para casa.
Considerado um tratamento de última geração, a Radioembolização nunca foi realizada no SUS por envolver alto custo e exigir muita capacitação. No Brasil, apenas o Hospital Sírio Libanês utiliza esta técnica inovadora no combate ao câncer hepático. “É importante ressaltar que, apesar de ser uma grande satisfação realizar este tratamento no SUS, ele ainda não está disponível no sistema público, já que conta com o apoio financeiro da FAPESP e CNPq. De qualquer forma, é um avanço e continuaremos trabalhando para oferecer esta alternativa aos pacientes”, afirma Romeiro.
Esta inovação no tratamento oncológico no HCFMB é resultado do trabalho em conjunto das equipes multiprofissionais dos Serviços de Oncologia, Hepatologia, Medicina Nuclear, Hemodinâmica e Radiologia do HCFMB.
Acesse a notícia completa na página da UNESP.
Fonte: NCIM – HCFMB da UNESP. Imagem: Exame mostra radiação exatamente no tumor. Fonte: Divulgação, UNESP.
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