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Pesquisadoras desenvolvem anticorpo monoclonal para diagnóstico do SARS-CoV-2 e suas mutações com tecnologia 100% nacional

Fonte

Instituto Butantan

Data

quarta-feira. 19 julho 2023 16:00

Pesquisadoras do Laboratório de Bacteriologia do Instituto Butantan e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um teste rápido para a COVID-19 que foi capaz de detectar em minutos infecções causadas pelo SARS-CoV-2. O teste feito com tecnologia 100% nacional, ou seja, com insumos desenvolvidos pelas instituições, tornará o produto muito mais barato do que os vendidos no mercado, já que não depende de importações.

O teste rápido detecta proteínas do novo coronavírus por meio de amostras coletadas do nariz e da garganta. Se aparecer uma faixa vermelha, o resultado é negativo; duas faixas vermelhas indicam o positivo, resultado semelhante a um teste de gravidez.

“Este é um teste imunocromatográfico, de fluxo lateral ou teste rápido, para detecção de antígeno, ou seja, do mesmo padrão disponível atualmente, com o diferencial de ser um teste 100% nacional, desenvolvido por pesquisadores brasileiros e que custa bem menos por unidade”, explicou a Dra. Roxane Maria Fontes Piazza, pesquisadora científica e líder deste e de outros projetos do Butantan que se tornaram referência por desenvolveram anticorpos monoclonais para testes rápidos da dengue e zika e diarreias causadas por diferentes patotipos de E. coli.

Além da vantagem de ser uma tecnologia desenvolvida no país, o teste tem outro diferencial importante: o uso de um anticorpo monoclonal feito a partir de uma proteína do nucleocapsídeo, que é uma estrutura interna do SARS-CoV-2 menos sujeita a mutações. Essa particularidade tende a aumentar a acurácia do teste (precisão), ou seja, a união entre os parâmetros de sensibilidade (a capacidade que o teste possui de detectar a doença com a menor quantidade de vírus possível) e a especificidade (a detecção exclusiva do vírus do SARS-Cov-2), características que tornam o seu resultado confiável, segundo as cientistas envolvidas na pesquisa.

“Optamos por utilizar anticorpos contra a proteína do nucleocapsídeo, pois essa região é a mais conservada do SARS-CoV-2. Portanto, sujeita a menos modificações do que a proteína Spike”, explicou a Dra. Roxane.

Os anticorpos monoclonais são um tipo de anticorpo produzido em laboratório capaz de reconhecer apenas uma única região específica. Neste caso, a região do nucleocapsídeo do vírus SARS-CoV-2, auxiliando no seu reconhecimento e, desta forma, identificando pessoas que estejam infectadas.

O anticorpo monoclonal produzido no Instituto Butantan foi feito especialmente para detectar o coronavírus e suas variantes. O estudo envolveu a geração de anticorpos contra diferentes proteínas recombinantes do SARS-CoV-2, dentre as quais algumas produzidas pelo grupo liderado pela Dra. Ana Paula Fernandes, coordenadora da Rede Vírus e do Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) da UFMG.

A parceria entre o Butantan e a universidade contou também com a participação de Fabiana Fioravante Coelho, pesquisadora do CT Vacinas que gerou a proteína recombinante alvo, feita em laboratório, a partir do nucleocapsídeo do SARS-CoV-2. A Dra. Roxane e as demais cientistas do Butantan envolvidas na pesquisa injetaram essa proteína em modelos animais e, a partir dessa imunização, captaram as células de defesa produzidas e específicas para essa proteína, unindo-a a uma célula mielomatosa [tumoral].

“Dessa união, obtivemos uma célula, agora denominada hibridoma (uma célula híbrida com características tumorais), produzindo assim um anticorpo monoclonal específico para essa proteína recombinante alvo e de forma ilimitada”, descreveu Miriam Aparecida da Silva, assistente de pesquisa científica e tecnológica do Instituto Butantan e especialista em análises clínicas, que participou do estudo.

“Uma vez gerado o anticorpo, ele foi caracterizado, ou seja, suas propriedades químicas e biológicas foram estudadas e aplicadas na formulação do teste rápido”, completou Miriam Aparecida.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Butantan.

Fonte: Camila Neumam, Instituto Butantan.

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