Notícia
Enzima crítica para a formação de espermatozóides pode ser alvo para o tratamento da infertilidade masculina
A proteína SKP1 conduz uma importante etapa de transição na meiose masculina
Laboratório do Dr. Jeremy Wang, Universidade da Pensilvânia
Fonte
Universidade da Pensilvânia
Data
quinta-feira, 2 abril 2020 12:20
Áreas
Biologia. Bioquímica. Biotecnologia.
Enquanto algumas células do nosso corpo se dividem em questão de horas, o processo de produção de espermatozoides, a meiose, leva cerca de 14 dias do início ao fim. E seis desses dias são gastos no estágio conhecido como paquiteno, quando pares de cromossomos da mãe e do pai de um indivíduo se alinham e se conectam.
“Esse estágio é realmente importante, porque o par precisa estar alinhado para a troca de material genético entre esses dois cromossomos”, explica o Dr. P. Jeremy Wang, biólogo da Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. “Se algo der errado nesse estágio, pode causar um defeito na meiose e problemas no esperma resultante, levando à infertilidade, perda de gravidez ou defeitos congênitos”.
Em um novo artigo publicado na revista científica Science Advances, O Dr. Wang e colegas identificaram uma enzima que desempenha um papel crucial na manutenção desse emparelhamento cromossômico durante o estágio de paquiteno da meiose. Sem essa proteína, chamada SKP1, a meiose não pode prosseguir para a metáfase, o próximo grande estágio de desenvolvimento envolvido na geração de espermatozoides. A publicação representa quase uma década de trabalho em laboratório.
A descoberta pode ajudar a superar obstáculos que impedem o tratamento de certas formas de infertilidade masculina, nas quais um homem não produz espermatozoides, mas em quem as células precursoras do espermatozoide – as espermatogônias – podem ser encontradas.
“Tecnologias reprodutivas como fertilização in vitro fizeram uma enorme diferença para pacientes inférteis, mas o homem precisa ter pelo menos algum esperma. Se o homem não tem esperma, a única opção é usar esperma de doador. Mas se você puder encontrar essas espermatogônias, as células germinativas pré-meióticas, elas podem ser induzidas a passar pela meiose e produzir espermatozoides. Portanto, a SKP1 pode ser parte da solução para garantir que a meiose continue”, explicou o pesquisador.
O Dr. Jeremy Wang também espera que sua descoberta possa ajudar na pesquisa básica sobre desenvolvimento de espermatozoides.
“No momento, usamos animais para fazer nossa pesquisa; não temos um sistema de cultura celular para produzir espermatozoides. A manipulação da SKP1 e o caminho em que ela atua podem permitir a criação de um sistema in vitro para produzir esperma artificialmente, o que seria um benefício para os nossos estudos”, concluiu o Dr. Wang.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Pensilvânia (em inglês).
Fonte: Katherine Unger Baillie, Universidade da Pensilvânia. Imagem: Em célula precursora do esperma em divisão, os cromossomos (em roxo) ficam alinhados no meio. Fonte: Laboratório do Dr. Jeremy Wang, Universidade da Pensilvânia.
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