Destaque

Sistema de filtração aprimora produção de medicamento para transplantados

Fonte

Jornal da Unicamp

Data

segunda-feira. 4 julho 2022 07:20

A fim de melhorar a produção de medicamentos para pessoas transplantadas, Alessandra Bertan, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveu um sistema de filtração inserido no processamento de purificação de tacrolimo, um fármaco inibidor do sistema imune, por meio de microfiltração em coluna pressurizada.

O objetivo da tecnologia é aperfeiçoar a separação da biomassa, aglomerados de micropartículas constituídos basicamente de células inativas da bactéria Streptomyces tsukubaensis, produzida durante a fermentação para a produção do tacrolimo.

Alessandra é natural do Paraná e realizou parte do mestrado a distância durante a pandemia. Apesar das dificuldades para concluir a pesquisa em isolamento, o sistema de filtração desenvolvido por ela é inovador, com forte compromisso social. A tecnologia despertou a atenção da Agência de Inovação Inova Unicamp, responsável pela gestão e prospecção do Portfólio de Tecnologias da Universidade, e o invento foi protegido. “O sistema de filtração, próprio para a indústria farmacêutica, melhora uma parte importante do processo produtivo. Com ele, conseguimos reter até 97 % da biomassa, facilitando etapas posteriores de purificação do tacrolimo”, explicou a pesquisadora.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 25 mil pessoas passaram por procedimentos de enxertos de órgãos em 2020 e 2021 e outras 50 mil estão na fila de espera. O tacrolimo é o medicamento mais indicado para a terapia do tratamento de transplantes de rim, fígado e pâncreas. Ele diminui a ocorrência e a gravidade de episódios de rejeição, além de ser recomendado para outras doenças, como artrite reumatoide, asma e vitiligo.

Câmara única

O sistema de filtração consiste em uma câmara única, na qual o caldo proveniente da fermentação via bactéria Streptomyces tsukubaensis é pressurizado. Há uma membrana destinada à microfiltração de biomassa, resultante, também, do processo fermentativo.

Um diferencial do projeto é a configuração do filtro e da membrana filtrante, que apresentam poros menores do que os tradicionais – cerca de 100 vezes menores do que um grão de areia -, e trabalham sob pressão, sem a dependência de uma câmara externa de pressurização. “A tecnologia desenvolvida na Unicamp reúne, no próprio filtro, a câmara pressurizada. Com isso, eliminamos uma etapa do processo, gerando economia de energia e redução de custos”, afirmou o Dr. Marco Aurélio Cremasco, professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ/Unicamp) e orientador de Alessandra.

Os trabalhos de engenharia de processos para o desenvolvimento de uma tecnologia própria de produção de imunossupressores foram iniciados há quase uma década pelo grupo coordenado pelo professor Marco Cremasco. Primeiramente, os pesquisadores dominaram a técnica de fermentação para a obtenção do tacrolimo. Em seguida, identificaram etapas do processo a serem aprimoradas, pensando na produção de matéria-prima mais apropriada ao processamento do fármaco. “Não adianta pensarmos no desenvolvimento de novos produtos sem novos processos. Esse é um dos atrativos em engenharia de processos. O trabalho da Alessandra mostrou que o caminho pode ser melhorado a partir da microfiltração e remoção de biomassa. É uma tecnologia confiável e replicável que abre novas possibilidades para a área”, destacou o professor Marco Cremasco.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unicamp e da Agência de Inovação Inova Unicamp.

Fonte: Ana Paula Palazi, Agência de Inovação Inova Unicamp.

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