Notícia
Estudo australiano pode mudar a forma como o AVC é tratado em todo o mundo
O estudo internacional envolveu 225 participantes de uma grande colaboração multicêntrica em 25 hospitais na Austrália, Nova Zelândia, Finlândia e Taiwan
Pixabay
Fonte
Universidade de Melbourne
Data
sexta-feira, 10 maio 2019 16:05
Áreas
Neurociências. Estudo Clínico. Farmacologia. Saúde Pública.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, descobriu que o tempo para tratar pacientes com AVC isquêmico pode ser dobrado. Uma em cada cinco pessoas sofre AVC durante o sono e isso pode mudar sua vida.
O ensaio clínico randomizado EXTEND descobriu que a janela inicial de 4,5 horas a partir do início dos sintomas para a administração de droga trombolítica poderia agora ser considerada em até 9 horas, dada a evidência sólida de que ainda há eficácia para manter o cérebro “a salvo”, com base em exames de imagens.
O estudo EXTEND, liderado pelo Hospital Royal Melbourne, a Universidade de Melbourne e a Monash Health, comparou a eficácia da alteplase, uma droga trombolítica usada no tratamento do AVC isquêmico, em comparação ao placebo, para reduzir a incapacidade após o AVC. A pesquisa encontrou que na maioria dos casos, se a droga for administrada ao paciente entre 4,5 a 9 horas após o início do AVC, alta porcentagem de pacientes não terá complicações neurológicas ou terá complicações menores em relação ao uso de placebo.
O Dr. Stephen Davis, professor de neurociência translacional da Universidade de Melbourne e diretor do Centro do Cérebro no Hospital Royal Melborune, disse que o estudo descobriu que a droga alteplase pode mudar a vida de pessoas sujeitas ao AVC isquêmico. O estudo foi publicado na revista científica New England Journal of Medicine.
“Nosso estudo usou imagens do fluxo sanguíneo cerebral para selecionar pacientes e mostrou que a alteplase aumentou o número de pacientes que conseguiram retornar a todas as suas atividades usuais em 44% em comparação ao placebo, um resultado excelente para nossos pacientes”, disse o professor Davis.
O estudo internacional envolveu 225 participantes de uma grande colaboração multicêntrica em 25 hospitais na Austrália, Nova Zelândia, Finlândia e Taiwan. Os pacientes receberam alteplase (113 pacientes) ou placebo (112 pacientes). O professor de Neurologia da Universidade de Melbourne e pesquisador principal do estudo, Dr. Geoffrey Donnan, disse que os resultados do estudo provavelmente mudarão as diretrizes de tratamento do AVC e a prática clínica. “Esta pesquisa significa que os pacientes que eram anteriormente intratáveis porque acordavam com sintomas de derrame ou estavam inevitavelmente atrasados para chegar ao hospital agora podem se beneficiar”, disse o professor Donnan.
Embora esse avanço leve a mudanças radicais no tratamento do AVC, o professor Davis alerta que ainda é importante que as pessoas busquem ajuda o mais rápido possível, pois cada minuto conta quando se trata de pacientes com AVC. “Ainda é crítico que os pacientes com AVC sejam tratados o mais rápido possível e a proporção de pacientes que têm uma condição cerebral favorável que nos permite tratá-los pode cair rapidamente com o passar do tempo”, disse o professor Davis.
Coordenador médico do estudo EXTEND, o professor Dr. Henry Ma, da Monash Health, disse que a pesquisa significa que os pacientes que tiveram um derrame durante o sono serão muito beneficiados. “Isso é ótimo para os pacientes e reduzirá o impacto da deficiência relacionada ao AVC na Austrália e no mundo”.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Melbourne (em inglês).
Fonte: Holly Bennett, Unviersidade de Melbourne. Imagem: Pixabay.
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