Notícia

Aproveitar o poder das células T pode levar a melhores vacinas contra a gripe

Fonte

Universidade Monash

Data

sábado, 13 julho 2019 11:15

Áreas

Bioquímica. Desenvolvimento de Fármacos.

A falta de eficácia das atuais vacinas contra influenza se deve a uma combinação de estímulo ao desenvolvimento de anticorpos e à capacidade do vírus da gripe de sofrer mutação a cada estação, tornando a vacina do ano anterior menos eficaz.

Em um artigo publicado na revista científica Nature Communications, a professora Dra. Nicole La Gruta, o Dr. Anthony Purcell, o Dr. Nathan Croft e suas equipes da Universidade Monash, na Austrália, revelaram, usando um modelo de camundongo infectado por gripe, como o sistema imunológico ‘apresenta’ – através de duas vias principais – pequenos ‘pedaços’ do vírus da gripe (peptideos) para as células T para estimular o desenvolvimento da imunidade das células contra a doença.

De acordo com a professora Nicole La Gruta, o nível da resposta imune e a proteção que cada pessoa recebe contra a infecção por gripe é “impulsionada em grande parte por quais peptídeos virais são ‘apresentados’ ao sistema imunológico, e quão abundantemente eles são apresentados”, explica a especialista. Isso ocorre porque esses peptídeos virais são especificamente reconhecidos pelas células T, o que impulsiona sua ativação e sua capacidade de atacar e matar células infectadas por vírus.

O mecanismo pelo qual as partículas de um vírus são apresentadas ao sistema imunológico ainda não é completamente conhecido, de acordo com a professora Nicole. O que torna isso ainda mais complexo é o fato de existirem duas vias principais pelas quais os peptideos virais podem ser apresentados ao sistema imunológico para causar ativação celular. Utilizando uma abordagem especializada de espectrometria de massa, os pesquisadores puderam estudar a maneira como o sistema imune apresentava peptídeos derivados de partículas virais da gripe nas duas principais vias de apresentação que levam à imunidade.

O professor Anthony Purcell observou que “a espectrometria de massa é a ferramenta ideal para obter uma visão holística dos peptídeos virais que são apresentados pelas duas principais vias  e gerar insights quantitativos importantes sobre sua fonte, abundância e cinética de apresentação – todos podem ser fatores fundamentais  na geração de imunidade anti-viral mediada por células T ”. É importante ressaltar que os pesquisadores descobriram que ambas as vias são importantes no desenvolvimento da imunidade, “embora as duas vias funcionem de maneira muito diferente”.

“Esta é a primeira vez que isso foi mostrado a este nível”, observa o Dr. Nathan Croft, acrescentando que “os vírus nos oferecem uma oportunidade maravilhosa para obter uma visão sobre as complexidades do sistema imunológico”.

O que isso significa para o desenvolvimento de uma vacina contra gripe mais recente e melhor? Vacinas desenvolvidas com base na geração de respostas de células T são menos propensas a falhar porque a capacidade do vírus da gripe de sofrer mutação em regiões funcionalmente conservadas do vírus que são alvos de células T é diminuída em comparação com as proteínas de superfície mais variáveis ​​que são direcionadas por anticorpos. por isso uma vacina de células T é o “Santo Graal” para os pesquisadores de vacinas.

Segundo a Dra. Nicole La Gruta, “saber quais peptídeos virais estão sendo apresentados ao sistema imunológico, quão bem eles são apresentados, e por qual via, é essencial para o desenvolvimento de novas vacinas e imunoterapias”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Divulgação.

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