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Biomarcadores lipídicos na urina podem determinar o tipo de asma

Em novo estudo, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, usaram um teste de urina para identificar e verificar o tipo de asma de um paciente

Shutterstock

Fonte

Instituto Karolinska

Data

segunda-feira, 1 fevereiro 2021 11:25

Áreas

Biomarcadores. Biomedicina. Diagnóstico. Doenças Pulmonares.

A asma é uma doença que se tornou cada vez mais disseminada nos últimos 50 anos, com mortalidade global anual de cerca de 400.000 pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. A doença é caracterizada por inflamação crônica nas vias respiratórias, que pode resultar em sintomas como tosse, formação de muco e falta de ar.

Existem muitos tipos de asma, e os sintomas podem variar entre os indivíduos, de leves a graves. Atualmente, para fazer um diagnóstico de asma, é realizada uma investigação ampla, que pode consistir em vários elementos, incluindo entrevistas com pacientes, testes de função pulmonar, exames de sangue, investigações de alergia e raios-x.

“Não existem métodos simples para determinar que tipo de asma um indivíduo tem, conhecimento que é particularmente importante para tratar melhor os pacientes que sofrem dos tipos mais graves da doença”, disse o Dr. Craig Wheelock, professor do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica do Instituto Karolinska, na Suécia, e um dos líderes do estudo.

Altos níveis de metabólitos

No novo estudo, grupos de pesquisa do Instituto Karolinska fizeram uma importante descoberta, que pode oferecer uma contribuição simples, mas clara, para um diagnóstico correto.

Usando uma metodologia baseada em espectrometria de massa desenvolvida em laboratório, os pesquisadores foram capazes de medir os níveis de metabólitos urinários de certas prostaglandinas e leucotrienos – moléculas de sinalização de eicosanoides, que são mediadores conhecidos da inflamação asmática das vias aéreas.

“Descobrimos níveis particularmente elevados dos metabólitos do mediador de mastócitos prostaglandina D2 e do produto eosinófilo leucotrieno C4 em pacientes asmáticos com o que é conhecido como inflamação do tipo 2”, explicou o Dr. Johan Kolmert, pós-doutorando no Instituto de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska e primeiro autor do estudo. “Usando nossa metodologia, pudemos medir esses metabólitos com alta precisão e vincular seus níveis à gravidade e ao tipo de asma”, destacou o Dr. Johan.

A pesquisa tem como base dados do estudo U-BIOPRED (Biomarcadores na previsão de desfechos de doenças respiratórias), que foi projetado para investigar asma grave. O estudo incluiu 400 participantes com asma grave, que frequentemente requer tratamento com comprimidos de corticosteroides, quase 100 indivíduos com formas mais leves de asma e 100 participantes saudáveis.

Mais preciso que exames de sangue

Além dos níveis aumentados de metabólitos eicosanoides associados ao tipo e à gravidade da asma, o estudo mostra que a medição usando um teste de urina oferece maior precisão em relação a outros métodos de medição, como por exemplo certos tipos de exames de sangue.

“Outra descoberta foi que os níveis desses metabólitos ainda eram elevados em pacientes gravemente enfermos, apesar de estarem sendo tratados com comprimidos de corticosteroide. Isso destaca a necessidade de tratamentos alternativos para esse grupo de pacientes ”, explicou o Dr. Johan Kolmert.

Os pesquisadores também conseguiram replicar a descoberta em amostras de urina de um estudo com crianças em idade escolar com asma, conduzido pelos pediatras Dra. Gunilla Hedlin, Dr. Jon Konradsen e Dr. Björn Nordlund, também do Instituto Karolinska.

Tratamento mais adequado para pacientes gravemente enfermos

O tratamento com inaladores de esteroides geralmente é suficiente para pacientes com asma leve, mas para aqueles com asma grave pode ser necessário suplementar com comprimidos de corticosteroides. Os corticosteroides estão associados a vários efeitos colaterais, como hipertensão, diabetes e danos aos olhos e ossos.

“Para substituir os comprimidos de corticosteroides, nos últimos tempos vários medicamentos biológicos foram introduzidos para tratar pacientes com inflamação do tipo 2 caracterizada pelo aumento da ativação de mastócitos e eosinófilos. No entanto, esses tratamentos são muito caros, por isso é uma descoberta importante que as amostras de urina possam ser usadas para identificar precisamente os pacientes que se beneficiarão com os biológicos Tipo 2″, disse o Dr. Sven-Erik Dahlén, professor do Instituto Karolinska que liderou o estudo em conjunto com o Dr. Craig Wheelock.

O estudo foi publicado na revista científica American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Instituto Karolinska. Imagem: Shutterstock.

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