Notícia

Cientistas desenvolvem nova terapia com células-tronco para tratamento de lesões na medula espinhal

Estratégia de tratamento pode otimizar significativamente os resultados do transplante de células-tronco neurais e restaurar a função de camundongos com lesão na medula espinhal

Divulgação, Universidade de Manitoba

Fonte

Universidade de Manitoba

Data

domingo, 17 abril 2022 12:45

Áreas

Biologia. Células-tronco. Fisiopatologia. Medicina de Precisão. Microbiologia. Ortopedia. Saúde Pública.

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Manitoba, no Canadá, desenvolveu uma terapia baseada em células-tronco que pode eventualmente levar a novos tratamentos regenerativos para pessoas com lesões na medula espinhal.

A Dra. Soheila Karimi, professora de Fisiologia e Fisiopatologia da Faculdade de Ciências da Saúde de Manitoba, e seus colegas desenvolveram uma estratégia de tratamento que pode otimizar significativamente os resultados do transplante de células-tronco neurais e restaurar a função de camundongos com lesão na medula espinhal.

“Estamos entusiasmados com essas novas descobertas, pois elas prometem facilitar a tradução de terapias com células-tronco neurais para o tratamento de uma condição neurológica debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo”, disse a professora Soheila Karimi, que também é cientista do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil de Manitoba.

“O transplante de células-tronco neurais oferece um tremendo potencial para o reparo de tecidos após lesão na medula espinhal, no entanto, a baixa sobrevivência das células-tronco transplantadas e sua ineficiência para substituir as células danificadas da medula espinhal desafiaram seu sucesso em aplicações clínicas”, disse a Dra. Soheila Karimi, autora sênior do estudo.

“Descobrimos que a presença de uma classe de moléculas inibitórias na medula espinhal lesada limita potencialmente o sucesso do transplante de células-tronco. Quando bloqueamos essas moléculas terapeuticamente no momento do transplante, o tratamento levou a um aumento na sobrevivência das células-tronco e gerou células neurais adequadas na coluna lesionada – que são os grandes desafios com as abordagens de terapia com células-tronco existentes. Essa estratégia permitiu que os animais andassem com mais suporte e coordenação”, destacou a pesquisadora.

O trabalho, liderado por Seyed Mojtaba Hosseini, primeiro autor e doutorando na equipe de pesquisa da Dra. Karimi, foi publicado na revista científica The Journal of Neuroscience. Os Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde apoiaram o estudo.

“Esta pesquisa inova ao desenvolver uma nova abordagem, que pode direcionar células-tronco neurais transplantadas para gerar os tipos de células que são essenciais para reparar a medula espinhal danificada. É importante ressaltar que este tratamento apoiou a sobrevivência em longo prazo e a integração funcional dessas células recém-formadas na medula espinhal do hospedeiro, que são fundamentais para o reparo tecidual bem-sucedido após uma lesão na medula espinhal”, explicou a professora Karimi.

A lesão da medula espinhal é uma condição neurológica devastadora e cara, disse a professora. Atualmente, mais de 86.000 canadenses vivem com lesão na medula espinhal, dos quais 40% têm menos de 45 anos, com quase 1.400 novos casos a cada ano. De acordo com o Rick Hansen Spinal Cord Injury Registry, em 2019, o custo anual das lesões da medula espinhal no Canadá foi estimado em $ 2,7 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). Esses custos incluem gerenciamento médico e hospitalização, bem como custos indiretos, como produtividade perdida ou reduzida.

“Indivíduos com lesão na medula espinhal vivem com as consequências debilitantes da doença por décadas, e o desenvolvimento de novos tratamentos de medicina regenerativa é uma necessidade não atendida para melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas”, destacou a pesquisadora.

A equipe da Dra. Karimi continuará investigando como essas células-tronco funcionam na medula espinhal lesionada por um longo período de tempo e suas contribuições para a recuperação. A equipe estudará ainda mais a eficácia deste tratamento em vários estágios de lesão na medula espinhal e em diferentes durações de tratamento. “Estas informações fornecerão a evidência essencial para considerar testar esta estratégia de tratamento em ensaios clínicos”, concluiu a Dra. Soheila Karimi.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Manitoba (em inglês).

Fonte: Staff, UM Today. Imagem: Dra. Soheila Karimi e Seyed Mojtaba Hosseini. Fonte: Divulgação, Universidade de Manitoba.

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