Notícia

Pesquisadores carregam células CAR-T com vírus oncolítico para tratar tumores sólidos

Fonte

Clínica Mayo

Data

sábado, 16 abril 2022 15:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Imunologia. Imunoterapia. Medicina de Precisão. Oncologia.

Pesquisadores do Centro de Medicina Personalizada da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica de imunoterapia que combina a terapia com células T do receptor de antígeno quimérico, ou terapia com células CAR-T, com um vírus que elimina o câncer para direcionar e tratar com mais eficácia tumores de câncer sólido.

A abordagem combinada, publicada na revista científica Science Translational Medicine, envolve o carregamento de células CAR-T, que são projetadas para procurar antígenos em células cancerígenas, com um vírus oncolítico. Os vírus oncolíticos são vírus de ocorrência natural que podem infectar e destruir células cancerígenas. Eles se replicam naturalmente bem em células cancerígenas ou podem ser projetados para atingir seletivamente as células cancerígenas.

O estudo sugere que as células CAR-T podem entregar o vírus oncolítico ao tumor. Em seguida, o vírus pode se infiltrar nas células tumorais, replicar-se para abrir as células e estimular uma resposta imune potente.

“Esta abordagem permite que o tumor seja morto pelo vírus, bem como pelas células CAR-T”, explicou o Dr. Richard Vile, um dos líderes do Programa de Terapia Gênica e de Vírus do Centro de Câncer da Clínica Mayo. “Além disso, quando o vírus é entregue, ele transforma o tumor em um ambiente muito inflamatório, que o próprio sistema imunológico do paciente vê e começa a atacar”.

A estratégia terapêutica aborda dois grandes desafios que dificultam o tratamento de tumores sólidos apenas com a terapia com células CAR-T. Primeiro, o vírus oncolítico pode quebrar o escudo molecular que alguns tumores sólidos usam para evitar um ataque do sistema imunológico. Em segundo lugar, o vírus pode invadir o núcleo das células cancerígenas – um feito quase impossível apenas para as células imunes, que muitas vezes perdem seu poder na tentativa.

Os pesquisadores também descobriram que a abordagem combinada forneceu um fenótipo de memória imune contra o tumor.

“Ao colocar o vírus nas células CAR-T, nós as ativamos contra o vírus e o tumor, e elas adquirem memória imunológica. Isso nos permite dar um impulso com o vírus em um momento posterior, o que, por sua vez, faz com que as células CAR-T ‘acordem’ novamente e passem por rodadas adicionais para matar o tumor”, disse o Dr. Richard Vile.

Usando modelos de camundongos, Dr. Vile e sua equipe administraram a terapia dupla por via intravenosa para tratar glioma de alto grau pediátrico e adulto e também melanoma. Eles descobriram que a terapia combinada levou a altas taxas de cura em tumores em vários locais sem causar toxicidade significativa. Eles também descobriram que resultou em proteção aparente nos camundongos curados contra a recorrência do tumor.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Clínica Mayo (em inglês).

Fonte: Susan Murphy, Clínica Mayo. Imagem: Melanoma. Fonte: National Cancer Institute/NIH.

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