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Alterações podem ser detectadas nas células BRCA1 da mama antes que se tornem cancerosas

Fonte

Universidade de Cambridge

Data

quinta-feira. 18 março 2021 12:35

Pesquisadores podem ter encontrado as primeiras mudanças que ocorrem no tecido mamário aparentemente saudável muito antes de qualquer tumor aparecer, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Nature Communications.

O estudo, financiado pelo Cancer Research UK, mostrou que antes de se tornarem cancerosas, as células da mama com a mutação do gene BRCA1 sofrem alterações semelhantes às normalmente observadas no final da gravidez.

Embora esta seja uma pesquisa inicial, no futuro os médicos poderiam examinar mulheres com mutações no BRCA1 para monitorar as alterações em suas células mamárias, o que poderia ajudar a informar quem pode se beneficiar com a cirurgia preventiva e dar segurança para aquelas pacientes que podem esperar.

As mutações BRCA1 aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer de mama em idades mais jovens. Muitas mulheres que descobrem que são portadoras do gene defeituoso optam por uma mastectomia preventiva. Isso envolve a remoção cirúrgica de parte ou de todo o tecido mamário saudável, o que pode reduzir, mas não erradicar, o risco de desenvolver câncer de mama.

Nem todas as mulheres que têm mutações no BRCA1 desenvolverão câncer, então, para algumas, esta cirurgia pode ser desnecessária ou pelo menos ser adiada até que os primeiros sinais de alerta sejam detectados.

Pesquisadores liderados pelo doutorando Karsten Bach e pela Dra. Sara Pensa, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, queriam desenvolver um método para detectar as primeiras mudanças que ocorrem nas células mamárias afetadas pelo BRCA1, indicando que elas estão progredindo para o câncer de mama.

A equipe analisou o tecido mamário de 15 camundongos em várias idades portadores da mutação BRCA1 para procurar mudanças no tecido que estavam acontecendo antes de os camundongos desenvolverem tumores.

Os pesquisadores descobriram que ter uma mutação BRCA1 desencadeou a ativação de certas vias em um tipo de célula-tronco chamada célula da mama progenitora luminal, que só é ativada durante a gravidez. Esses sinais dizem à célula progenitora para se transformar em células alveolares, que constituem as câmaras da mama onde ocorre a produção de leite durante o final da gravidez.

“A princípio pensamos que estávamos observando os animais errados. Então percebemos que ter a mutação BRCA1 parecia fazer com que as células em seu tecido mamário se comportassem como se a camundonga estivesse grávida. As mudanças que vimos aconteceram muito cedo, antes que qualquer tumor fosse detectado, então pensamos que os marcadores dessas mudanças celulares poderiam ser usados ​​para monitorar pessoas que sabemos que têm risco aumentado de câncer de mama”, disse Karsten Bach, coautor do estudo e doutorando do Departamento de Farmacologia e Pesquisa do Câncer do Instituto de Cambridge do Reino Unido.

Em seguida, a equipe analisou células da mama de 12 mulheres que tinham uma mutação BRCA1 e foram submetidas a uma mastectomia preventiva.

Surpreendentemente, a equipe descobriu que apenas 4 das 12 mulheres tinham níveis detectáveis ​​desses marcadores nos estágios iniciais da iniciação do tumor. Isso sugere que a maioria das mulheres corria menor risco de já estar no caminho do desenvolvimento do tumor quando fizeram a cirurgia.

“Um dos mistérios que cercam as mutações do gene BRCA é como elas aumentam o risco de câncer no tecido mamário de forma tão dramática, em vez dos rins ou pulmão. Parece que certas vias nas células da mama que geralmente são ativadas por hormônios durante a gravidez são desencadeadas por mutações BRCA1 e fazem com que as células cresçam fora de controle”, disse a Dra. Sara Pensa.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Cambridge (em inglês).

Fonte: Jacqueline Garget, Universidade de Cambridge e ‘Cancer Research UK’.

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