Destaque

Maioria dos pacientes alérgicos à penicilina pode receber antibiótico comum em cirurgias

Fonte

Universidade do Porto

Data

quinta-feira. 18 março 2021 14:30

A maioria dos pacientes com histórico de alergia às penicilinas sujeitos a cirurgia pode tomar em segurança o antibiótico habitualmente recomendado pelas autoridades de saúde para profilaxia antibiótica (a cefazolina), em vez de outros antibióticos que são menos efetivos e mais caros. A conclusão é de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), em Portugal, do Hospital Geral de Massachusetts e da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, agora publicado na revista científica JAMA Surgery.

A meta-análise confirmou que “a cefazolina pode ser dada à maioria dos pacientes que reportam alergia às penicilinas”, explicou o Dr. Bernardo Sousa Pinto, pesquisador principal do estudo e professor do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde da FMUP.

Em parte, os resultados explicam-se pela baixa frequência de alergia confirmada às penicilinas. “Muitos pacientes acham que são alérgicos às penicilinas, quando na verdade não o são. Tiveram manifestações infeciosas na infância que foram confundidas com alergias. Isto reflete a necessidade de os pacientes que reportam alergia às penicilinas serem adequadamente testados”, acrescentou o especialista.

A não-utilização de cefazolina em pacientes com registo de alergia às penicilinas tem por base dados de estudos antigos, dos anos 1960 e 1970, que registavam uma frequência elevada (8%) de reatividade cruzada entre as penicilinas e a cefazolina. Contudo, de acordo com a Dra. Meghan Jeffres, pesquisadora da Universidade do Colorado, “esses valores são bastante superiores aos reais. A não-utilização de cefazolina em pacientes que não são verdadeiramente alérgicos às penicilinas é preocupante, uma vez que este antibiótico é mais eficaz contra agentes frequentemente causadores de infeções cirúrgicas”.

Ou seja, a frequência de alergia simultânea à cefazolina e penicilinas é tão pequena que a maioria dos pacientes com história de alergia às penicilinas pode receber com segurança cefazolina no contexto de profilaxia cirúrgica.

Segundo a Dra. Kimberly Blumenthal, também autora do estudo e médica no Hospital Geral de Massachusetts, “o estudo verificou que a frequência de alergia simultânea às penicilinas e cefazolina ronda os 0,7%, ascendendo aos 3% nos pacientes com alergia confirmada às penicilinas”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Cláudia Azevedo, CINTESIS e Olga Magalhães, FMUP.

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