Destaque

Células de Schwann são “freios” naturais contra o neuroblastoma maligno

Fonte

Universidade de Viena

Data

segunda-feira. 15 março 2021 06:45

Um fator que transforma tumores malignos em benignos? – Isso é exatamente o que os cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer St. Anna Children’s descobriram. Juntamente com colegas da Universidade Médica de Viena e da Faculdade de Química da Universidade de Viena, na Áustria, os pesquisadores estudaram tumores do sistema nervoso periférico em crianças, os chamados neuroblastomas. Os cientistas descobriram que o crescimento descontrolado dos neuroblastomas benignos é interrompido por uma molécula sinalizadora produzida pelas células de Schwann presentes nesses tumores. Este “freio” natural também funciona em culturas de neuroblastoma maligno. O estudo, publicado na revista científica Nature Communications, descreve pela primeira vez a função dessa molécula – não apenas em tumores, mas também em fibras nervosas lesadas.

O que parece contraditório à primeira vista, ou seja, disparar um tumor com um fator de crescimento, faz sentido no neuroblastoma. O neuroblastoma é um tumor do sistema nervoso periférico e é o câncer sólido mais comum na primeira infância. Em contraste com os neuroblastomas malignos, os neuroblastomas benignos contêm, ao lado das células tumorais, muitas “células de Schwann”. Essas células normalmente protegem e reparam as células nervosas. Os resultados do estudo indicam que as células de Schwann no neuroblastoma estimulam as células tumorais a amadurecerem, interrompendo assim seu crescimento descontrolado.

Para conseguir isso, as células de Schwann produzem, entre outros fatores, uma molécula sinalizadora chamada fator de crescimento epidérmico (EGFL8). A equipe de pesquisa demonstrou que o EGFL8 estimula a diferenciação ou maturação das células do neuroblastoma. “Até recentemente, sabíamos apenas que essa proteína existia, mas sua função não era conhecida. Agora, pela primeira vez, sabemos onde o EGFL8 é produzido e como ele atua”, explicou a Dra. Sabine Taschner-Mandl, diretora do Grupo de Biologia de Tumores do Instituto de Pesquisa do Câncer St. Anna Children’s. Além disso, os resultados do estudo mostram que níveis elevados de EGFL8 foram associados a melhores taxas de sobrevida em pacientes com neuroblastoma.

“Em culturas de células, demonstramos que as células de Schwann, assim como suas moléculas sinalizadoras secretadas, exercem efeitos antitumorais, mesmo em células de neuroblastoma agressivas. Assim, podemos explorar um processo que ocorre naturalmente em neuroblastomas benignos para interromper os malignos”, explicaram a Dra. Sabine Taschner-Mandl e sua colega Dra. Tamara Weiss, da Universidade Médica de Viena. Além do EGFL8, outras moléculas de células de Schwann ainda não caracterizadas também podem fornecer alvos para terapias contra o câncer no futuro.

No entanto, os efeitos das células de Schwann são presumivelmente muito mais extensos: a equipe de pesquisa está atualmente investigando como as células de Schwann manipulam as células do sistema imunológico em seu ambiente.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Viena (em inglês).

Fonte: Universidade de Viena.

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