Destaque
Cientistas da UFG avançam nas pesquisas em medicamento natural contra o vitiligo
Fonte
FAPEG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
Data
quarta-feira. 20 abril 2022 18:55
Uma pesquisa fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) para um medicamento 100% fitoterápico para tratamento do vitiligo, sendo mais barato e menos agressivo ao organismo do paciente, já está em sua última etapa de desenvolvimento, após 13 anos em desenvolvimento por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Foi a partir do conhecimento popular, com base na cultura dos antepassados, no contato com os famosos raizeiros de Goiás que buscam nas plantas do Cerrado remédios para as diversas dores de suas comunidades que a pesquisadora, professora e pós-doutora Mariana Cristina de Morais, na época fazendo o seu mestrado, e o Dr. Edemilson Cardoso da Conceição, professor titular do curso de Farmácia da UFG, decidiram estudar cientificamente o poder da planta mama-cadela ou mamica de cadela (Brosimum gaudichaudii Trécul) para o tratamento do vitiligo.
Eles buscaram conhecer quais os compostos da planta, de que maneira ela é capaz de fazer a repigmentação da pele e trabalharam para elaborar formulações sólidas à base do extrato das raízes de mama-cadela, e depois, as semissólidas, até chegarem, hoje, na composição de um medicamento fitoterápico em fórmulas farmacêuticas de uso tópico (creme, géis e pomadas) e oral (comprimidos) que podem ser a esperança para os cerca de 2% da população mundial acometidos pela doença. O medicamento segue todos os estudos preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O trabalho de pesquisa foi realizado no Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Bioprodutos, da Universidade Federal de Goiás (LPD&I-UFG).
A expectativa dos pesquisadores é que as novas formulações possam alcançar uma repigmentação da pele em torno de 75%, o que a professora Mariana Cristina considera um resultado excelente e uma grande esperança para os portadores desta patologia. “Estes produtos naturais são uma proposta mais acessível aos portadores de vitiligo. O paciente toma a cápsula ou comprimido, faz o uso tópico do gel ou creme sobre as lesões, aguarda 30 minutos e se expõe à luz solar, pois as substâncias fotossensibilizantes existentes nos produtos (furanocumarinas) somente exercem sua atividade em contato com a luz solar”, explicou a professora.
Preparação
A pesquisadora explicou que um dos principais desafios na produção de um medicamento fitoterápico é desenvolver estratégias para aumentar a disponibilidade de fitofármacos pouco solúveis presentes nos extratos. “Nosso trabalho visou preparar dispersões sólidas a partir do extrato liofilizado padronizado em psoraleno e bergapteno de Brosimum gaudichaudii a fim de aumentar sua disponibilidade por incremento da solubilidade”, destacou a cientista.
Ela explicou que “os compostos ativos psoraleno e bergapteno, que são furanocumarinas, possuem uma estrutura que se assemelha com a base nitrogenada timina e têm a capacidade de se intercalar ao DNA promovendo assim a repigmentação da pele”.
Meio ambiente
Enquanto concluem o produto para o lançamento no mercado, os pesquisadores, em parceria com o agrônomo João Carlos Monh e a faculdade de agronomia da UFG, estão cuidando da questão ambiental e sustentabilidade para a utilização da Brosimum gaudichaudii Trécul como insumo na produção farmacêutica. “Utilizamos as raízes da mama-cadela, e para que a planta não corra risco de extinção precisamos de alternativas agronômicas para o manejo sustentável e assim disponibilizar matéria-prima às indústrias”, disse a Dra. Mariana Cristina. Até agora o produto é obtido através do extrativismo, mas é preciso avaliar alternativas de cultivo da mama-cadela para a preservação da espécie no Cerrado.
Acesse a notícia completa na página da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.
Fonte: FAPEG.
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