Destaque

Cientistas descobrem nova abordagem para quebrar a resistência bacteriana a antibióticos e resgatar a eficácia de tratamentos medicamentosos de primeira linha

Fonte

Universidade de Melbourne

Data

quinta-feira. 13 janeiro 2022 17:15

Uma equipe internacional composta por pesquisadores do Instituto Peter Doherty – uma joint venture entre a Universidade de Melbourne e o Royal Melbourne Hospital – da Universidade de Queensland, da Universidade Griffith e da Universidade de Adelaide, na Austrália, e também do St Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos, descobriu como reaproveitar uma molécula chamada PBT2 – originalmente desenvolvida como um tratamento potencial para doenças como Alzheimer, Parkinson e doenças de Huntington – para quebrar a resistência bacteriana aos antibióticos de linha de frente comumente usados.

Liderada pelo Dr. Christopher McDevitt, professor da Universidade de Melbourne e chefe de laboratório do Instituto Pter Doherty, a descoberta pode viabilizar o retorno de antibióticos baratos e prontamente disponíveis, como penicilina e ampicilina, como armas eficazes na luta contra a ameaça crescente de resistência a antibióticos.

Em um artigo publicado na revista científica Cell Reports, o professor McDevitt e colegas descreveram como descobriram uma maneira de quebrar a resistência bacteriana aos medicamentos e, em seguida, desenvolveram uma abordagem terapêutica para resgatar o uso do antibiótico ampicilina para tratar pneumonia bacteriana resistente a medicamentos causada por Streptococcus pneumoniae em um modelo de camundongo.

No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu a resistência aos antibióticos como uma das maiores ameaças à saúde global, segurança alimentar e desenvolvimento. O número crescente de infecções bacterianas – como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonelose – está se tornando mais difícil de tratar, pois os antibióticos usados ​​contra elas estão se tornando menos eficazes.

A pesquisa anterior do professor McDevitt sobre resistência bacteriana a antibióticos usando ionóforos de zinco levou a colaborações com o professor Dr. Mark Walker, da Universidade de Queensland, e o professor Dr. Mark von Itzstein, da Universidade Griffith. “Sabíamos que alguns ionóforos, como o PBT2, passaram por testes clínicos e mostraram-se seguros para uso em humanos”, disse o professor von Itzstein.

“Como grupo, percebemos que, se pudéssemos redirecionar essas moléculas seguras para quebrar a resistência bacteriana e restaurar a eficácia dos antibióticos, isso seria um caminho para um tratamento terapêutico. O que tínhamos que fazer era mostrar se o PBT2 quebrou a resistência bacteriana ao tratamento com antibióticos sem levar a uma resistência ainda maior aos medicamentos”, disse o professor Mark Walker.

“Tivemos foco na pneumonia bacteriana e nos antibióticos mais usados. Pensamos que, se pudéssemos resgatar os antibióticos da linha de frente e restaurar seu uso no tratamento de infecções comuns, isso resolveria um problema global. Sabíamos de pesquisas anteriores que o sistema imunológico usa zinco como um antimicrobiano inato para combater infecções. Então, desenvolvemos nossa abordagem terapêutica com PBT2 para usar o zinco antimicrobiano do corpo para quebrar a resistência aos antibióticos nas bactérias invasoras. Isso tornou as bactérias resistentes aos medicamentos suscetíveis ao antibiótico ampicilina, restaurando a eficácia do tratamento antibiótico nos animais infectados”, concluiu o professor McDevitt.

O professor von Itzstein disse que esta descoberta tem o potencial de fornecer um tratamento econômico e prontamente disponível para infecções com risco de vida, como pneumonia bacteriana, que representa um sério risco à saúde pública.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Melbourne (em inglês).

Fonte: Universidade de Melbourne.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account