Destaque

Genética ajuda a explicar suscetibilidade à dor neuropática

Fonte

Universidade de Dundee

Data

segunda-feira. 17 janeiro 2022 12:40

Pesquisadores da Universidade de Dundee, no Reino Unido, descobriram uma ligação genética com a dor neuropática que ajuda a explicar por que alguns indivíduos a desenvolvem enquanto outros de grupos de alto risco não.

A dor neuropática surge devido a uma lesão ou doença que afeta o sistema nervoso e é sentida por cerca de 7% a 10% da população geral. Diabetes, cirurgia, trauma, herpes zoster, HIV, compressão nervosa e quimioterapia são causas comuns de dor neuropática, mas nem todos os pacientes com uma condição subjacente a desenvolvem.

A condição pode levar a um comprometimento considerável da saúde física e mental, e muitos pacientes não recebem alívio satisfatório da dor com os tratamentos medicamentosos atuais. Os resultados fornecem uma melhor compreensão da predisposição genética para essa condição, e isso pode ajudar o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Blair Smith, professor da Escola de Medicina de Dundee, realizaram uma meta-análise de estudos de associação de todo o genoma e identificaram duas variantes genéticas associadas à suscetibilidade à dor neuropática.

“Sabemos muito sobre os fatores de risco para a dor neuropática, mas nem todos com diabetes ou danos nos nervos desenvolvem dor neuropática. Cada vez mais, as evidências sugerem que os fatores genéticos contribuem significativamente para o desenvolvimento da dor neuropática, por isso usamos esses estudos de associação do genoma para encontrar variantes mais prevalentes naqueles que a experimentam. Curiosamente, as variantes de risco que identificamos são ativas na medula espinhal e nos tecidos cerebrais, então isso faria sentido neste contexto. Esses genes estão estatisticamente altamente associados à dor neuropática e têm plausibilidade biológica, tanto pelo que fazem quanto pelos tecidos do corpo onde estão ativos”, explicou a Dra. Abirami Veluchamy, primeira autora do estudo.

“Um é realmente um gene bastante raro, mas quando presente, torna uma pessoa 1½ vezes mais propensa a desenvolver dor neuropática. Essa variante nos dá pistas sobre os mecanismos biológicos por trás do desenvolvimento da dor neuropática. É provável que a prevalência aumente por causa do aumento dos casos de doenças como diabetes e câncer que estão ligadas à dor neuropática, então essa é uma condição que será de importância crescente para as pessoas nos próximos anos”, continuou a pesquisadora.

O estudo de associação genética incluiu uma meta-análise de estudos de associação ampla de 3 genomas, com 4.512 indivíduos com dor neuropática e 428.489 sem a dor. Acredita-se que este seja o maior conjunto de dados desse tipo estudado para esse fim até o momento.

A Dra. Abirami Veluchamy disse que, embora as descobertas precisem ser validadas em estudos adicionais e mais diversos e que o desenvolvimento de drogas permaneça um pouco distante, os resultados podem levar a novas descobertas relacionadas ao desenvolvimento da dor neuropática.

O estudo foi publicado na revista científica JAMA Network Open.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).

Fonte: Grant Hill, Universidade de Dundee.

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