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Comissão Europeia concedeu 23 milhões de euros para uma nova plataforma de reaproveitamento de medicamentos: o uso de medicamentos existentes em doenças diferentes daquelas para as quais foram originalmente desenvolvidos

Fonte

Universidade Maastricht

Data

segunda-feira. 12 setembro 2022 12:25

A Comissão Europeia concedeu 23 milhões de euros (cerca de R$ 120 milhões) para estabelecer uma nova plataforma de reaproveitamento de medicamentos, ou seja, o uso de medicamentos existentes em doenças diferentes daquelas para as quais foram originalmente desenvolvidos. Nos próximos sete anos, a Universidade Maastricht, nos Países Baixos, irá desenvolver a plataforma REPO4EU (precision drug REPurpOsing for Europe) em conjunto com vários parceiros internacionais. Um congresso em Maastricht, realizado no início de setembro, deu início ao projeto.

Na sequência do projeto, 28 parceiros de 10 países (Países Baixos, Alemanha, Áustria, Espanha, Suécia, Romênia, Bélgica, Portugal, Suíça e Estados Unidos) unirão forças para criar uma plataforma única de reaproveitamento de drogas. O objetivo final do REPO4EU é construir uma fonte de informação online para o reaproveitamento de medicamentos.

“Se pudermos entender os mecanismos subjacentes de uma doença específica para a qual temos um medicamento, também podemos reutilizar esse medicamento para outra doença que compartilhe esses mecanismos”. É o que disse o Dr. Harald Schmidt, professor de Farmacologia da Universidade Maastricht e coordenador do projeto. Só que isso ainda não acontece.

Segundo os pesquisadores, isso se deve principalmente à forma como se definem as doenças e como é abordado o desenvolvimento de medicamentos. A maioria dos mecanismos de doenças subjacentes não são compreendidos e, portanto, são tratados mais como sintomas. Quando alguém tem problemas intestinais, visita um especialista gastrointestinal. O médico então prescreve medicamentos para a queixa específica. Mas como o especialista sabe se os problemas estão relacionados a outras disciplinas clínicas e se outro medicamento poderia funcionar melhor?

Na base da plataforma REPO4EU está a crença na medicina sistêmica. Esta é uma abordagem bastante nova para a medicina, na qual as causas moleculares ou genéticas subjacentes, em vez dos sintomas das doenças, ocupam o centro das atenções. A medicina sistêmica é um contraponto à visão da medicina do século XIX, na qual as síndromes eram classificadas de acordo com os sintomas e o corpo humano era dividido em disciplinas clínicas. Ao focar nas causas, é mais fácil ver onde estão as semelhanças entre as diferentes doenças. Pode ser que um medicamento possa ser usado para tratar várias doenças, ou que os médicos precisem trabalhar juntos em uma equipe multidisciplinar para tratar certas doenças.

Resultados esperados

Além do tratamento melhorado e integrado de doenças, há mais vantagens em usar os medicamentos existentes. Espera-se que o tempo de desenvolvimento de medicamentos diminua. Além disso, os medicamentos existentes podem ser aprovados mais rapidamente do que os novos medicamentos. Isso economizará custos e acelerará o desenvolvimento de tratamentos para doenças atualmente crônicas.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Maastricht (em inglês).

Fonte: Universidade Maastricht.

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