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Continuidade do cuidado com a saúde está associada à melhor prescrição para pacientes com risco de doença cardíaca
Um novo estudo, financiado pelo National Institute for Health and Care Research (NIHR), no Reino Unido, e publicado na revista científica BMJ Open, encontrou fortes evidências de que a prescrição de medicamentos clinicamente relevantes – como estatinas (usadas para baixar o colesterol), anticoagulantes e agentes antiplaquetários (ambos usados como anticoagulantes) e anti-hipertensivos (para baixar a pressão arterial) – aumentou com a maior continuidade de cuidados. Esses medicamentos são amplamente utilizados e, se prescritos adequadamente e tomados corretamente pelos pacientes, podem ajudar a reduzir o risco de doenças cardíacas e derrames.
Os pesquisadores analisaram os registros de 173.993 pacientes selecionados aleatoriamente com quatro ou mais consultas médicas nos dois anos anteriores, usando dados de um grande banco de dados do Reino Unido de registros eletrônicos de saúde de pacientes. Cinco categorias de continuidade do cuidado foram utilizadas no estudo: sem continuidade, abaixo da média, média, acima da média e continuidade perfeita. A continuidade dos cuidados é valorizada pelos pacientes e considerada por muitos especialistas como importante para melhorar a qualidade dos cuidados que os pacientes recebem.
Pacientes com 65 anos ou mais não diagnosticados com doenças relacionadas a doenças cardiovasculares, sem continuidade de cuidados ou com continuidade abaixo da média, tiveram 10% a 27% menos probabilidade de receber prescrição de estatinas do que pacientes semelhantes com continuidade de cuidados acima da média.
Pacientes com 30 anos ou mais diagnosticados com doenças cardiovasculares com pior continuidade de cuidados foram 9% a 23% menos propensos a receber prescrição de estatinas do que pacientes semelhantes com continuidade de cuidados acima da média.
A continuidade dos cuidados não foi geralmente associada a uma melhor adesão à medicação, exceto algumas evidências fracas de maior adesão às estatinas usadas para tratar pessoas com doença cardíaca estabelecida.
O Dr. Peter Tammes, do Centro de Atenção Primária Acadêmica da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e principal autor do estudo, disse: “Esta é a primeira vez que a associação entre a continuidade dos cuidados, prescrição e adesão aos medicamentos foi descrita. Embora não possamos provar uma associação causal, nossos achados sugerem que a prescrição de medicamentos cardiovasculares importantes pode ser positivamente influenciada pela melhoria da continuidade da atenção primária. Há menos evidências de melhor adesão à medicação em andamento, o que foi um resultado surpreendente. Também esperávamos que a continuidade perfeita do cuidado pudesse estar associada a uma prescrição e adesão mais precárias, devido à familiaridade excessiva entre o paciente e o médico de família, mas, de forma tranquilizadora, nossos achados não suportam isso”.
O Dr. Rupert Payne, professor de Atenção Primária e Farmacologia Clínica no Centro de Atenção Primária Acadêmica da Universidade de Bristol e coautor sênior do estudo, destacou: “Este estudo mostra que existe o potencial de continuidade dos cuidados para melhorar a prescrição médica. Incentivamos os médicos e formuladores de políticas a considerar estratégias para aumentar a continuidade dos cuidados com esse objetivo em mente. Pesquisas futuras devem explorar as razões para esses achados com mais detalhes e considerar se a continuidade também pode afetar outros aspectos relevantes do uso de medicamentos, incluindo segurança de medicamentos e prescrição excessiva”.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Bristol (em inglês).
Fonte: Universidade de Bristol.
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