Destaque

Especialistas alertam para aumento de acidentes com animais peçonhentos no verão

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

sábado. 16 janeiro 2021 14:20

O número de casos de acidentes com animais peçonhentos (cobras, escorpiões, aranhas, por exemplo) aumenta em média 30% nesta época do ano, em relação aos demais meses, porque nos meses quentes os animais estão mais ativos, saem de seus abrigos para troca de calor e é também nestes meses que ocorre o período reprodutivo, principalmente das serpentes. Os dados são da bióloga Taciana Seemann, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), que funciona no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC).

Taciana explicou que, apesar deste aumento de um mês para outro, na comparação dos dados de 2019 com 2020 houve queda de 20% no número de casos: foram 5.060 ocorrências em 2019 contra 4.028 em 2020 (os números ainda precisam ser validados oficialmente). Esta queda é atribuída à pandemia, já que houve menor número de pessoas circulando no Estado neste ano. Ainda assim, o número de casos com serpentes aumentou em 24%.

A bióloga ponderou que as pessoas que sofrem ataques de animais peçonhentos devem lavar o local com água e sabão e se dirigir para o hospital mais próximo, de preferência levando uma foto do animal (se não conseguir capturá-lo). Taciana explicou que a gravidade do caso depende de inúmeros fatores, como as características da vítima ou até a dieta do animal. “O importante é agir rápido e procurar socorro imediatamente”, afirmou a especialista.

Segundo ela, em Santa Catarina os casos mais comuns são com serpentes (jararacas e corais) e aranhas (aranha marrom e aranha armadeira), além de escorpiões (amarelo e marrom) e lagartas (taturana hemorrágica). Há também ocorrências com águas-vivas e, neste caso, é importante esclarecer um ponto: “O local deve ser lavado com água do mar mesmo, evitar água doce e, assim que possível, com vinagre. Os próprios salva-vidas dispõem de vinagre para estes casos”.

No caso dos demais animais, além de lavar com água e sabão, é importante manter o paciente deitado e o mais calmo possível (a agitação faz o sangue circular mais rapidamente), garantir que a vítima esteja hidratada (oferecendo somente água) e procurar serviço médico.

Taciana explicou, ainda, que há algumas atitudes que devem ser evitadas: “Não faça torniquetes nem tente sugar o veneno, não corte ou perfure o local da ferida e não coloque folhas, pó de café ou outros contaminantes sobre a picada”, detalhou. Além disso, é proibido oferecer bebidas alcoólicas ou dar qualquer medicamento sem a devida autorização à vítima. “O mais importante, em qualquer situação de picada de animais peçonhentos é deslocar a vítima o mais rápido possível para que ela possa receber o soro adequado de acordo com o tipo de peçonha”.

Para identificar corretamente um animal peçonhento é necessário observar várias características. O ideal é que isso seja feito por um profissional especializado e, neste caso, o CIATox/SC pode ajudar nesta identificação. No site www.ciatox.sc.gov.br é possível obter informações sobre comportamento, habitat e medidas de prevenção e primeiros socorros em caso de acidentes.

O CIATox/SC funciona dentro do HU/UFSC e é um serviço nacional de referência para o caso de acidentes com animais peçonhentos e de intoxicação. Na prática, uma equipe de profissionais está de prontidão por 24 horas para dar informações específicas em caráter de urgência na área de Toxicologia Clínica aos profissionais de saúde, principalmente médicos da rede hospitalar e ambulatorial. Também atende a população em geral, em caráter educativo/preventivo, diretamente ou por meio de ligação gratuita pelo telefone 0800 643 5252.

O CIATox/SC está subordinado à Superintendência de Serviços Especializados e Regulação da Secretaria da Saúde de Santa Catarina (SUR/SES/SC), mantendo cooperação técnica e parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Hospital Universitário.

Acesse a notícia na página da UFSC.

Fonte: Unidade de Comunicação Social/HU/UFSC.

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