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Estudo analisa complicações neurológicas induzidas por viroses

Uma pesquisa translacional, que vai da bancada ao leito, está em busca de avanços nos mecanismos associados com as complicações neurológicas induzidas por viroses como os arbovírus e o SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Este é o objetivo do projeto da Dra. Soniza Vieira Alves Leon, médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e professora titular de Neurologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). A ideia é estabelecer ferramentas para o diagnóstico precoce, prevenção e tratamento das diferentes comorbidades neurológicas induzidas por gatilhos virais.

A exposição a fatores ambientais, como as viroses endêmicas e durante a pandemia da COVID-19, tem demonstrado que manifestações neurológicas muito semelhantes a doenças autoimunes, inflamatórias e neurodegenerativas do sistema nervoso central podem se manifestar em alguns pacientes. A semelhança nas caraterísticas clínicas, nos exames de neuroimagem e a presença de biomarcadores no líquor e no plasma contribuem na identificação de possíveis mecanismos compartilhados entre essas doenças e quadros pós-infecciosos em indivíduos geneticamente suscetíveis.

Relatos clínicos e experimentais já demonstraram que a Chikungunya pode ultrapassar a barreira hematoencefálica e atingir o parênquima cerebral. Mas quais são as características morfológicas das lesões cerebrais induzidas pelo vírus? O grupo da professora Soniza pretende avançar para definir o padrão de infecção causada pelo vírus e por que esse vírus provoca comprometimento neurológico em alguns pacientes. Vale ressaltar que os fatores de risco que determinam quais indivíduos irão desenvolver complicações neurológicas após infecção ainda não foram identificados. Os pesquisadores esperam apontar os padrões radiológicos e morfológicos da infecção do sistema nervoso central pelo Chikungunya, e correlacionar a presença de biomarcadores em sangue periférico e líquor com o comprometimento neurológico induzido pelo vírus.

No caso dos indivíduos contaminados pelo Zika, há risco de doenças desmielinizantes inflamatórias do sistema nervoso. São inúmeros relatos mundiais da associação como mielite aguda, neurite óptica, síndrome de Guillain-Barré e encefalomielite aguda disseminada. E no caso das infecções pela COVID-19, o grupo de pesquisadores mostrou que as manifestações precoces do sistema nervoso foram associadas a maior risco de letalidade e biomarcadores de neurodegeneração estão associados à algumas manifestações da COVID longa.

A ocorrência de endemias virais de desfechos clínicos imprevisíveis é altamente frequente em todo mundo. As epidemias de arboviroses como Zika e Chikungunya que ocorreram no Brasil nos últimos anos, assim como a pandemia da COVID-19, vêm causando de prejuízos irreparáveis à população. “O subreconhecimento das manifestações neurológicas agudas e crônicas induzidas por arbovírus e pelo SAS-CoV-2 geram prejuízos incalculáveis para o SUS. Compreender os mecanismos e fatores de risco associados com essas condições permitirá o avanço na implementação de uma medicina de precisão para diagnóstico e tratamento desses pacientes”, destacou a Dra. Soniza Leon.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Claudia Jurberg, FAPERJ.

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