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Estudo clínico de Fase II sobre potencial tratamento para alívio da fadiga em pessoas com COVID longa tem resultados publicados

Fonte

Universidade de Oxford

Data

quarta-feira. 19 abril 2023 19:35

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, relataram recentemente as descobertas de um ensaio clínico de Fase II que investiga a eficácia de um tratamento experimental contra a fadiga relacionada à COVID longa.

O estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Lancet eClinical Medicine, descobriu que os participantes que receberam o tratamento, desenvolvido pela empresa farmacêutica norte-americana Axcella Therapeutics, relataram sentir-se menos cansados do que aqueles que receberam placebo.

Este é um dos primeiros ensaios randomizados duplo-cegos controlados por placebo de um potencial tratamento para a COVID longa. Ensaios controlados e randomizados são considerados o padrão-ouro para testar possíveis tratamentos para uma doença.

As pessoas que convivem com a COVID longa e receberam o tratamento tiveram uma melhora significativa na fadiga em comparação com aquelas que receberam um placebo (material com aparência e sabor compatíveis com o tratamento experimental). O estudo foi duplo-cego, ou seja, nem os pacientes nem os pesquisadores que trabalham com os pacientes sabiam quais pacientes receberam tratamento e quais pacientes receberam placebo.

O tratamento foi testado no caso de fadiga prolongada, pois dados anteriores do fabricante mostraram efeitos na energia celular e na inflamação. Dados emergentes sobre a COVID longa sugerem que o vírus tem como alvo as mitocôndrias, que são essenciais para a geração normal de energia e controle da inflamação. O tratamento testado pode melhorar a geração de energia e reduzir a quantidade de inflamação no corpo.

Dos 41 pacientes que participaram deste estudo, metade recebeu o tratamento experimental (um pó com sabor de laranja dissolvido em água) duas vezes ao dia durante quatro semanas, enquanto a outra metade recebeu um placebo. Em média, os pacientes apresentaram sintomas de fadiga por cerca de 18 meses antes de entrar no estudo. Todos os pacientes que iniciaram o estudo o concluíram e nenhum paciente relatou efeitos adversos graves do tratamento ou do placebo.

A equipe de pesquisa também rastreou a saúde mitocondrial nos músculos dos pacientes antes e depois de tomarem a medicação, usando varreduras de espectroscopia de ressonância magnética de última geração dos músculos da panturrilha enquanto os pacientes flexionavam a perna contra uma leve resistência.

Os exames não mostraram nenhuma diferença geral entre os pacientes que receberam o tratamento versus o placebo. Embora não houvesse diferença geral na saúde mitocondrial entre os pacientes que receberam o tratamento versus aqueles que receberam placebo, aqueles no grupo de tratamento relataram níveis de fadiga significativamente melhores. Aqueles que relataram melhora na fadiga também melhoraram a saúde mitocondrial e caminharam mais em comparação com aqueles que não receberam o tratamento.

Margaret Koziel, coautora do estudo e diretora médica (CMO) da Axcella Therapeutics, destacou: “Estamos animados com esses resultados e esperamos que um tratamento para pessoas que sofrem de fadiga prolongada por COVID esteja à vista. Estamos motivados para avançar ainda mais o tratamento, para que seja disponibilizado para milhões de pacientes atualmente sem opções de tratamento. Nossa abordagem nos permite direcionar vários caminhos que são interrompidos na COVID longa, e nossa experiência anterior com sugere que [o medicamento] é fácil de tomar e bem tolerado em estudos clínicos”.

Até o final do ano passado, mais de 500 milhões de casos de COVID-19 foram relatados em todo o mundo. Destes, acredita-se que até 10% sofram COVID longa. A fadiga é um dos principais sintomas experimentados pelos pacientes e ainda não há tratamento aprovado para a condição.

Observação: o estudo foi financiado pela Axcella Therapeutics.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford.

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