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FAPEG financia pesquisa de inseticida verde para controle de mosquitos transmissores de doenças

Fonte

FAPEG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

Data

sexta-feira. 24 fevereiro 2023 11:00

A conservação ambiental e a saúde dos brasileiros são dois fatores centrais no trabalho do Laboratório de Toxicologia Aplicada ao Meio Ambiente do Instituto Federal Goiano (IFG) – Campus Urutaí. Coordenado pelo professor Dr. Guilherme Malafaia, o grupo de pesquisadores desenvolve pesquisa que pode atingir diretamente a qualidade do meio ambiente e a vida de milhares de pessoas no país – e de outras regiões tropicais do globo.

O projeto ‘Nanocristais de celulose como nova estratégia para controle de vetores de doenças tropicais: eficiência inseticida contra Culex quinquefasciatus e avaliação de segurança (eco)toxicológica’ foi um dos contemplados na 7ª edição do Programa para Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS).

A ideia do estudo é verificar como a celulose, componente básico dos tecidos vegetais, pode ajudar no combate aos Culex quinquefasciatus, também conhecidos como  ‘pernilongos’ e ‘muriçocas’, e consequentemente evitar a transmissão vetorial de doenças como a filariose linfática (Elefantíase) e de outras arboviroses humanas de grande importância epidemiológica, incluindo aquelas causadas pelo vírus do Nilo Ocidental e da encefalite de Saint Louis; vírus Oropouche, causador da febre Oropouche, tida como uma doença emergente no Brasil, e de agentes virais causadores de encefalomielite.

A espécie C. quinquefasciatus engloba mosquitos antropofílicos, ou seja, que vivem perto do homem, sendo abundantes especialmente em áreas urbanas. A espécie foi descrita originalmente nos Estados Unidos, mas atualmente ocupa uma ampla distribuição geográfica, principalmente nas porções meridionais da Ásia, na África, na Oceania e nas Américas, na faixa entre o sul dos EUA ao norte da Argentina, ocorrendo em todo o Brasil.

Ainda mais abundante na natureza são os polímeros de celulose, matéria-prima para a produção dos nanocristais estudados nesta pesquisa. “Estas nanocristais possuem aspecto de minúsculos bastonetes cristalinos e se assemelham a agulhas ou grãos de arroz, porém com espessura cerca de 200 mil vezes menor”, explicou o professor Guilherme Malafaia. Os nanocristais de celulose foram escolhidos para o trabalho por apresentarem alta proporção entre a área de superfície e o volume, baixo custo, abundância natural e inerente inércia ambiental, que podem conjugar eficiência inseticida com sustentabilidade.

Vários ensaios em mais de 6 mil larvas já foram realizados para definir a concentração de nanocristais de celulose que apresentam melhor potencial larvicida e estes resultados, segundo o pesquisador, foram comparados com os resultados da exposição dos animais à um larvicida sintético de ação conhecida. “Notamos que os nanocristais, quando aplicados diretamente na água onde os ovos dos mosquitos são depositados, causam a morte das larvas em concentração inferior à do larvicida sintético testado, o que confirma seu potencial inseticida”, revelou o pesquisador. Os efeitos nas larvas estão relacionados à indução de mudanças bioquímicas preditivas de estresse oxidativo e alterações na atividade de neurotransmissores.

O estudo também mostrou que os nanocristais de celulose induziram deformidades morfológicas nos animais, impedindo a continuidade do seu ciclo de vida e, consequentemente, causando a morte. Os pesquisadores agora avaliam se os nanocristais afetam outros organismos, como plantas aquáticas, peixes e girinos. “Isso é importante uma vez que a ação larvicida dos nanocristais deve representar um baixo risco às espécies não-alvo, pois do contrário, podemos resolver um problema e causar outros. Acreditamos que avaliar a possibilidade de utilização de um nanomaterial de origem biológica como inseticida pode contribuir para o controle de mosquitos transmissores de doenças, dispensando a utilização de compostos/produtos químicos potencialmente tóxicos aos organismos não-alvos”, apontou o Dr. Guilherme Malafaia. Atualmente, os compostos comumente utilizados nesta função são organofosforados, carbamato, DDT e piretroides, que afetam diferentes compartimentos ambientais e diversos organismos não-alvos.

Acesse a notícia completa na página da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.

Fonte: Juliana Diniz, da Assessoria de Comunicação da FAPEG.

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