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Lutando contra o câncer cerebral em sua raiz
Pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, identificam proteínas que impulsionam as células-tronco cancerígenas. Direcionar e suprimir uma proteína específica chamada galectina1 pode fornecer um tratamento mais eficaz para o glioblastoma, em combinação com a radioterapia.
Devido à sua resistência à terapia, o glioblastoma é o tumor cerebral cancerígeno mais comum e agressivo em adultos. Ele cresce e se espalha rapidamente. Embora tratamentos como cirurgia, radiação e quimioterapia possam ajudar a aliviar os sintomas por alguns meses, na maioria dos casos as células tumorais voltam a crescer após o tratamento e o câncer reaparece.
Chegando à raiz do problema
Entre todas as células cancerígenas, algumas agem como células-tronco que se reproduzem e sustentam o câncer, assim como as células-tronco normais normalmente renovam e sustentam órgãos e tecidos, disseram os pesquisadores. Ao definir o modo como as células operam, eles descobriram uma nova maneira de interromper a produção de novos tumores.
“O que encontramos foi realmente surpreendente para nós. Depois de inibir a proteína galectina1, os tumores cerebrais simplesmente não cresceram por vários meses”, disse a Dra. Arezu Jahani-Asl, professora de Medicina da Universidade McGill. “Para melhorar a resposta do paciente à terapia, devemos explorar essas vulnerabilidades recentemente identificadas nas células-tronco do câncer.”
Os pesquisadores descobriram que a proteína chamada galectina1 interage com outra proteína chamada HOXA5 para controlar os programas genéticos que conduzem o comportamento das células-tronco do câncer. Ao suprimir a galectina1 em modelos pré-clínicos, eles encontraram uma melhora significativa na resposta do tumor à radioterapia, resultando em aumento da expectativa de vida.
Os pesquisadores também analisaram bancos de dados de pacientes e descobriram que pacientes com glioblastoma com baixa expressão de galectina1 e proteínas HOXA5 tinham o melhor prognóstico. Juntas, essas proteínas, além de outra chamada STAT3, ativam mecanismos que promovem um tipo particularmente agressivo de glioblastoma.
Abrindo caminho para novas terapias
A descoberta lança luz sobre os mecanismos que regulam as células-tronco cancerosas. Os resultados fornecem evidências de que alvejar a proteína galectina1, em combinação com a terapia de radiação, pode abrir caminho para futuros estudos clínicos sobre tratamentos para tumores de glioblastoma. A próxima etapa do estudo é comparar a eficácia de diferentes abordagens para suprimir o complexo galectina1 e HOXA5 no cérebro, com os avanços na terapia gênica por meio da tecnologia CRISPR.
Os resultados foram recentemente publicados na revista científica Cell Reports.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade McGill (em inglês).
Fonte: Shirley Cardenas, Universidade McGill.
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