Destaque

Mestrando e professora da UFPE publicam estudo sobre o efeito do resveratrol em paralisia cerebral

Fonte

UFPE | Universidade Federal de Pernambuco

Data

segunda-feira. 4 dezembro 2023 19:05

Caio Matheus Santos da Silva Calado, mestrando em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento e pesquisador da Unidade de Estudos em Nutrição e Plasticidade Fenotípica (UENPF), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), publicou artigo conjuntamente com a professora Dra. Ana Elisa Toscano e equipe formada por pesquisadores da universidade e instituições internacionais, sobre novas possibilidades para o tratamento da paralisia cerebral. A professora Ana Toscano é orientadora de Caio Calado e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento (Posneuro) do Campus Recife da UFPE.

O estudo foi publicado na revista científica Molecular Neurobiology.

Segundo a professora Ana Elisa, o objetivo da pesquisa foi investigar possíveis agentes terapêuticos na atenuação das sequelas presentes em doenças perinatais, como a paralisia cerebral, que é a principal causa de disfunção crônica na infância, pois as condições ambientais desafiadoras no início da vida impactam diretamente no surgimento de doenças ou no tratamento das suas sequelas.

O estudo explorou o uso do resveratrol, um polifenol com propriedades anti-inflamatórias, no tratamento de ratos com modelo experimental de paralisia cerebral. Os resultados demonstraram que o tratamento com resveratrol reduziu a neuroinflamação no hipocampo, uma área do cérebro essencial para a memória e o comportamento, e protegeu contra o prejuízo da memória e comportamentos semelhantes à ansiedade.

O pesquisador Caio Matheus explicou um pouco dos resultados da pesquisa: “Acredito que um dos pontos mais importantes da nossa publicação são os resultados que demonstram como a experiência adversa, no início da vida, pode impactar negativamente também processos cognitivos e comportamentais, em outras fases do desenvolvimento, como os prejuízos encontrados na memória episódica (aquela relacionada com o reconhecimento de coisas, pessoas ou lugares). Por outro lado, essa fase inicial da vida também é uma janela do desenvolvimento promissora, devido aos mecanismos plásticos, ou seja, à capacidade do organismo de se adaptar e de se modificar estar bastante presente nesse período. Assim, pode ser utilizada para reduzir ou prevenir as sequelas observadas em diversas desordens do neurodesenvolvimento como a paralisia cerebral”.

O pesquisador destacou ainda que “os resultados demonstram que o resveratrol (um composto natural encontrado em alimentos, como a uva), se administrado nesse período crítico, logo após a lesão cerebral, é capaz de reduzir a neuroinflamação e reduzir sequelas cognitivas e comportamentais que são observadas posteriormente. Esses dados abrem uma oportunidade terapêutica que deve ser investigada em detalhes para verificar sua segurança e aplicabilidade clínica, visto que, aproximadamente, 40% das crianças com paralisia cerebral apresentam alterações cognitivas e comportamentais que interferem na aprendizagem, nas atividades de vida diária e na inserção social”.

A professora Ana Elisa Toscano destacou que a suplementação com o resveratrol também poderia ser realizada durante a amamentação para ter benefícios em pacientes que passaram por lesão cerebral. “Conseguimos verificar que a suplementação com o resveratrol, durante a lactação, foi capaz de reduzir marcadores da inflamação no hipocampo de ratos com paralisia cerebral. O hipocampo é uma região que participa ativamente em processos comportamentais. Com isso, foi possível observar também uma redução nos prejuízos cognitivos e comportamentais que, por diversas vezes, apresentam-se enquanto barreiras na aprendizagem e no convívio social de crianças com paralisia cerebral”, explicou.

Portanto, a pesquisa oferece uma nova abordagem sobre o tratamento da paralisia cerebral, sugerindo que o resveratrol pode ter efeitos benéficos na redução da neuroinflamação e na proteção contra danos à memória e ao comportamento.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Pernambuco.

Fonte: Petra Pastl, Ascom UFPE.

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