Destaque

Nova droga anticoagulante para casos de AVC mostra grande potencial em camundongos

Fonte

Universidade de Manchester

Data

sexta-feira. 19 novembro 2021 07:20

Uma nova droga anticoagulante formulada e testada por cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, é capaz de restaurar o fluxo sanguíneo no cérebro de camundongos, abrindo a porta para um tratamento mais seguro e eficaz contra o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O composto – uma enzima chamada caADAMTS13 – pode dissolver coágulos em pacientes resistentes ao tratamento atual, de acordo com o estudo publicado na revista científica Blood. O estudo do novo composto – patenteado pela equipe – foi financiado pela British Heart Foundation.

O tPA – usado atualmente por médicos na fase aguda de um derrame – funciona para muitos pacientes, no entanto, não é capaz de quebrar os coágulos ricos em Fator de Von Willebrand (VWF), uma grande molécula de proteína que desempenha um papel crucial na formação do coágulo. Cerca de 50% de todos os coágulos são ricos em VWF – que amarra as plaquetas nos locais de formação do coágulo – e que são resistentes ao tPA.

A equipe examinou a eficácia da droga em animais e comparou-a com a variante do tipo selvagem da enzima – chamada wtADAMTS13, que ocorre naturalmente no corpo.

Quando administrado 1 hora após um AVC, o novo medicamento reduziu significativamente o VWF ao desmontar suas longas cadeias – cinco vezes mais rapidamente do que a variante do tipo selvagem. A droga também evitou que os neutrófilos entrassem no tecido cerebral sem suprimento de sangue, o que é considerado a causa dos danos às células cerebrais.

O VWF também está implicado no recrutamento de neutrófilos para o local da formação do coágulo, o que impacta a estabilidade do coágulo e tem a probabilidade de se quebrar em fragmentos menores.

O AVC, ou derrame, é causado por uma redução no fluxo sanguíneo para o cérebro – o que mais frequentemente resulta em perda de movimento, problemas com a fala e outros sintomas no paciente. O fluxo sanguíneo reduzido é frequentemente causado por um coágulo de sangue que se aloja nos pequenos vasos sanguíneos que abastecem o cérebro, o que significa que as células do cérebro não obtêm a energia de que precisam para seu funcionamento normal. Se o fluxo sanguíneo não for restaurado rapidamente, as células cerebrais morrerão, levando a danos cerebrais permanentes ou mesmo podendo levar à morte.

Os tratamentos atuais para derrame são focados na remoção do coágulo sanguíneo para restaurar o fluxo sanguíneo para o cérebro. Em muitos pacientes, esse tratamento funciona bem e os pacientes recuperam suas funções cerebrais. No entanto, em muitos pacientes, o coágulo sanguíneo não é decomposto pelo tratamento medicamentoso e os sintomas persistem.

O Dr. Stuart Allan, coautor do estudo, professor da Universidade de Manchester e codiretor do Geoffrey Jefferson Brain Research Center, destacou: “Nosso novo medicamento é capaz de quebrar os coágulos sanguíneos que são resistentes ao tratamento atual com tPA. Ao fazer isso, mais pacientes com AVC poderiam apresentar recuperação da função do que atualmente. É claro que ainda há um caminho a percorrer e precisamos saber se o medicamento é eficaz um período de tempo após a ocorrência do derrame – com menos risco de hemorragia. Mas estamos otimistas de que seremos capazes de mostrar que esse medicamento pode fazer isso, e então, esperamos passar para os testes em humanos”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Manchester (em inglês).

Fonte: Michael Addelman, Universidade de Manchester.

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