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Nova forma de imunoterapia tem potencial para revolucionar o tratamento do câncer
Uma nova forma de imunoterapia baseada em macrófagos é eficaz no tratamento de um amplo espectro de cânceres, incluindo aqueles em estágios avançados, de acordo com um estudo inovador liderado pela professora de Imunologia Dra. Yuan Liu, da Universidade do Estado da Georgia, nos Estados Unidos.
O tratamento da Dra. Liu funciona alavancando macrófagos, glóbulos brancos especializados envolvidos na detecção e eliminação de células cancerosas e outros patógenos. Os macrófagos também ativam as células T, que então atacam e destroem as células cancerosas. Em condições normais, esse sistema funciona bem para limitar o crescimento de células anormais. No entanto, as células cancerosas são complicadas. Os macrófagos são vulneráveis às células cancerosas, que se disfarçam como células saudáveis por meio de mecanismos de cooptação e escapam da vigilância e detecção imunológica. Esses mecanismos podem aumentar profundamente a capacidade do câncer de crescer e resistir ao tratamento tradicional.
Esta nova imunoterapia altera os macrófagos ao atacar a proteína reguladora de sinal α (SIRPα), um receptor cuja função principal é impedir que os macrófagos englobem e destruam as células saudáveis. As células cancerosas frequentemente exploram a SIRPα expressando um marcador (CD47) que as disfarça como células normais. No estudo animal, publicado na revista científica Nature Communications, a Dra. Yuan Liu e sua equipe descobriram que os macrófagos deficientes em Sirpα iniciam uma resposta imune robusta contra o câncer, desencadeando a inflamação e ativando células T específicas do tumor.
O sistema imunológico é construído para combater invasores e crescimentos celulares indesejáveis, como o câncer. Mas o câncer também pode suprimir e subverter a resposta imune natural, tornando difícil para o corpo reconhecer as células cancerosas como anormais. A imunoterapia, que ajuda a recrutar o sistema imunológico para atacar as células cancerosas, revolucionou o tratamento de tumores, mas as terapias funcionam apenas para um número limitado de pacientes.
“Os cientistas reconhecem que as células T específicas do tumor são a melhor arma que temos contra o câncer, mas a imunossupressão as impede de fazer seu trabalho. Nosso tratamento usa macrófagos como um general para convocar um exército de soldados de células T para matar o câncer”, explicou a Dra. Liu.
O estudo demonstra que o tratamento é eficaz – e não destrói grandes quantidades de células saudáveis - quando administrado localmente no tumor em conjunto com a terapia de radiação, um dos tratamentos básicos para o câncer.
“Para matar o câncer sem prejudicar o paciente, você precisa localizar os efeitos. Desenvolvemos um método que é muito eficaz, ao mesmo tempo que minimiza os efeitos adversos globais”, destacou a Dra. Yuan Liu.
Os pesquisadores descobriram que a terapia de radiação local curou o câncer colorretal e dois tipos de câncer pancreático em camundongos deficientes em SIRPα com tumores avançados. Os resultados são significativos, uma vez que os cânceres colorretal e pancreático costumam ser resistentes ao tratamento, com altas taxas de mortalidade.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Estado da Georgia (em inglês).
Fonte: Noelle Toumey Reetz e Anna Varela, Universidade do Estado da Georgia.
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