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O que pode transformar bactérias inofensivas em bactérias potencialmente fatais?
Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram que uma mutação permite que algumas bactérias E. coli causem doenças graves nas pessoas, enquanto outras bactérias são inofensivas. A descoberta que pode ajudar a combater a resistência aos antibióticos.
O professor Dr. Mark Schembri e a Dra. Nhu Nguyen, pesquisadores do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland e a Dra. Sumaira Hasnain, professora da Mater Research, encontraram a mutação no maquinário de produção de celulose da bactéria E. coli.
O professor Schembri disse que a mutação dá à bactéria E. coli afetada luz verde para se espalhar ainda mais pelo corpo e infectar mais órgãos, como fígado, baço e cérebro: “Nossa descoberta explica por que algumas bactérias E. coli podem causar sepse potencialmente fatal, meningite neonatal e infecção do trato urinário (ITU), enquanto outras bactérias E. coli podem viver em nossos corpos sem causar danos. As bactérias ‘boas’ produzem celulose e as bactérias ‘más’ não”, explicou o pesquisador.
As bactérias produzem muitas substâncias em suas superfícies celulares que podem estimular ou enfraquecer o sistema imunológico do hospedeiro.
“As mutações que identificamos impediram a E. coli de produzir o carboidrato celulose da superfície celular e isso levou ao aumento da inflamação no trato intestinal do hospedeiro”, disse o professor Schembri. “O resultado foi a quebra da barreira intestinal para que a bactéria pudesse se espalhar pelo corpo”.
Em modelos que reproduzem doenças humanas, a equipe mostrou que a incapacidade de produzir celulose tornava a bactéria mais virulenta, causando doenças mais graves, incluindo infecção do cérebro na meningite e da bexiga na ITU.
A professora Sumaira Hasnain disse que compreender como as bactérias se espalham dos reservatórios intestinais para o resto do corpo é importante na prevenção de infecções: “Nossa descoberta ajuda a explicar por que certos tipos de E. coli se tornam mais perigosos e fornece uma explicação para o surgimento de diferentes tipos de bactérias altamente virulentas e invasivas”.
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communications.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland Austrália (em inglês).
Fonte: Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland Austrália.
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