Destaque

Participar de estudos clínicos é seguro e beneficia a saúde de milhares de pessoas

Fonte

Instituto Butantan

Data

segunda-feira. 27 fevereiro 2023 16:55

Estudos clínicos são processos complexos e de extrema importância para a saúde pública. Sem o voluntariado em pesquisa, não haveria nenhuma vacina aprovada contra a COVID-19 até hoje – e muito mais vidas teriam sido perdidas. Estima-se que, em 2021, a vacinação contra o SARS-CoV-2 evitou 20 milhões de óbitos no mundo, segundo estudo britânico publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases. A segurança e a proteção do voluntário são garantidas por um Comitê de Ética e órgãos externos independentes, que analisam rigorosamente o protocolo do estudo antes de aprová-lo. Mesmo assim, durante a pandemia, participantes de pesquisas chegaram a ser chamados de ‘cobaias’ porque, de acordo com movimentos antivacina, estariam testando produtos que não eram seguros.

A Dra. Fernanda Boulos, diretora médica do Instituto Butantan, esclareceu que participar de estudos clínicos é seguro e que os voluntários jamais são submetidos a riscos significativos. “É importante que as pessoas entendam que fazer parte dessas pesquisas é contribuir para a ciência e para a saúde pública. O que elas estão fazendo pode trazer um benefício não só individual, mas coletivo. Sem voluntários, a gente não faz estudos e não produz vacinas e fármacos, e isso é fundamental”, afirmou a gestora.

A disponibilização de imunizantes e terapias para doenças não depende apenas do trabalho dos cientistas, mas também de cada indivíduo que se voluntaria para fazer parte de um estudo clínico. Se hoje existem vacinas para poliomielite, gripe, sarampo e febre amarela, por exemplo, e medicamentos para tratar inúmeras enfermidades, é porque tecnologias foram desenvolvidas e testadas em células, em animais e, por fim, em pessoas que se voluntariaram.

Mesmo com tamanha importância, obter voluntários para ensaios clínicos não é nada simples. Segundo a Dra. Fernanda, a principal barreira está na falta de conhecimento sobre esse tema. No Brasil, a população tem pouco acesso à informação sobre ciência, o que acaba favorecendo a disseminação de mitos e a insegurança em participar de estudos.

Pesquisas clínicas com novas candidatas a vacinas, que devem ser feitas com um público saudável, são ainda mais desafiadoras, pois há uma menor tolerância a possíveis efeitos adversos, mesmo leves. “É diferente de um ensaio clínico de medicamento, que recruta pessoas que convivem com uma doença e querem se beneficiar do tratamento. Elas já estão acostumadas com a relação risco/benefício”, explicou a Dra. Fernanda.

As dificuldades também esbarram na falta de apoio à pesquisa. Em 2020, os Estados Unidos investiram US$ 158,6 bilhões em ciência e tecnologia, enquanto no Brasil apenas R$ 17,2 bilhões (US$ 3,3 bilhões) foram destinados à área. Com verbas cada vez menores para pesquisa, jovens cientistas têm buscado oportunidades fora do país. De acordo com levantamento do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), há atualmente de dois a três mil pesquisadores brasileiros no exterior.

Para a Dra. Fernanda Boulos, além de investir mais em educação e ciência, criar uma cultura de participação em estudos clínicos no Brasil é essencial para o desenvolvimento tecnológico e científico do país. São necessárias campanhas de conscientização que expliquem detalhadamente o que são os ensaios clínicos, como eles podem ajudar a população, como é ser voluntário e quais são os seus direitos. “Nós precisamos fomentar essas ações para que a discussão que começou com a pandemia siga acontecendo com mais clareza, e sem informações erradas”, concluiu a especialista do Instituto Butantan.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Butantan.

Fonte: Instituto Butantan.

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