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Pesquisa avalia coinfecção de bactérias de ambientes hospitalares e COVID-19 em crianças de Goiânia

Fonte

FAPEG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

Data

sábado. 26 junho 2021 06:35

Desde que foi oficialmente decretada pandemia, no dia 11 de março de 2020, cientistas de todo o mundo têm buscado, nas mais diversas linhas de pesquisas, entender o complexo Sars-CoV-2, suas origens, causas, consequências, prevenção e cura. Investimentos e projetos são apresentados na tentativa de enfrentar a emergência sanitária que o novo coronavírus vem impondo.

Indagações a respeito da possível coinfecção de micro-organismos com a infecção da COVID-19, potencializando a doença, levaram a Dra. Lilian Carla Carneiro, professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e sua equipe a desenvolverem o projeto “Caracterização da multirresistência de Pseudomonas aeruginosa em coinfecção com COVID-19 e vírus respiratórios em infantis hospitalizados”.

O projeto foi um dos 20 selecionados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) por meio da Chamada Pública nº 05/2020 – 7ª Edição do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) e será desenvolvido nos próximos dois anos levando em consideração o pouco conhecimento na literatura mundial sobre sintomas e evolução clínica da COVID-19 na população pediátrica e as possíveis bactérias que dificultam o tratamento pela resistência que têm aos antibióticos e acabam agravando o quadro clínico das crianças. A pesquisa receberá investimentos no valor de R$ 149.999,88.

Pseudomonas aeruginosa

A P. aeruginosa é uma bactéria ambiental gram-negativa presente em praticamente todos os ambientes terrestres e um dos principais patógenos que afetam pacientes hospitalizados, sendo intrinsecamente resistente a uma ampla gama de antibióticos. “É um patógeno humano oportunista capaz de causar vários tipos de infecções agudas e crônicas que ameaçam a vida, sendo um importante patógeno para pacientes imunocomprometidos”, explicou a Dra. Lilian.

Segundo a pesquisadora, a P. aeruginosa vem sendo amplamente associada às Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS), ou mais conhecidas infecções hospitalares, incluindo pneumonia associada à ventilação mecânica – tubos endotraqueais, infecção da corrente sanguínea associada a cateter central, infecção relacionada a cateter urinário e infecções cirúrgicas.

É uma bactéria comumente associada aos serviços de saúde por ser capaz de sobreviver em superfícies bióticas e abióticas como equipamentos médicos. Muitas vezes são resistentes ao método de desinfecção, sendo transmitida de um paciente para outro. Nesse momento de pandemia estudos correlacionando uma coinfecção de Pseudomonas aeruginosa com Sars-Cov2 são muito importantes, destacou a pesquisadora.

A pesquisa

Serão analisadas 450 amostras de sangue, onde será separado o soro, de crianças desde recém-nascidos até 12 anos de idade que passarem pelo serviço de urgência de dois hospitais pediátricos, o Hospital Materno Infantil (HMI), do sistema público e o Hospital da Criança, do sistema privado; além de crianças internadas em cinco diferentes UTIs pediátricas e neonatais: UTI neonatal do Hospital das Clínicas e do Hospital da Criança e UTIs pediátricas do Hospital da Criança, Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e do HMI. A partir dessas amostras será realizada a extração de DNA plasmidial para investigação dos genes de resistência.

A pesquisa propõe identificar P. aeruginosas associadas à coinfecção com o vírus da Covid-19 e com outros vírus respiratórios que integram o painel viral em crianças de UTIs, estudando o perfil de resistência dos isolados frente aos antimicrobianos utilizados na prática clínica. A partir dessas informações, os pesquisadores vão identificar compostos inibidores de P. aeruginosa e avaliar a citotoxicidade desses compostos. “Será realizado o isolamento de cepas bacterianas de P. aeruginosa com perfis de resistência à antimicrobianos β-lactâmicose que estão em um processo de coinfecção com os tipos virais, potencializando a morbidade do paciente pediátrico”, revelou a Dra. Lilian Carneiro.

“O estudo será fundamental para determinar os cuidados clínicos com o paciente e vai contribuir para a vigilância epidemiológica e a pesquisa de formulação de novas terapias para bactérias associadas a vírus do painel viral e ao Sars-Cov-2, que se apresenta neste momento de pandemia”, destacou a pesquisadora.

O projeto vai utilizar uma metodologia computacional para sugerir modelos de fármacos a serem testados por nanopartículas para uso terapêutico de P. aeruginosa associada a vírus epidemiológicos. As amostras serão selecionadas por serem resistentes ao antibiótico gentamicina, fato que se justifica considerando que essa droga está presente no meio MIV (meio de transporte viral), utilizado no momento da coleta das amostras. O estudo vai selecionar bactérias multidroga resistentes e explorar modelos computacionais para padronização de novas drogas que venham a ser ativas e capazes de combater o potencial de coinfecção viral – bacteriano.

Acesse a notícia completa na página da FAPEG.

Fonte: Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação da FAPEG.

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