Destaque

Pesquisa investiga ação das plaquetas em resposta imunológica a infecções virais

Fonte

UFJF | Universidade Federal de Juiz de Fora

Data

sexta-feira. 8 julho 2022 18:30

O projeto de pesquisa ‘Mecanismos de tromboinflamação em infecções virais graves’ foi um dos dez aprovados na 5ª chamada pública do Instituto Serrapilheira. A elaboração da proposta foi liderada pelo professor  Dr. Eugenio Damaceno Hottz, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A chamada de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira é voltada ao fomento de ideias inovadoras. “É um projeto que prevê equipar laboratórios que desenvolvem pesquisas na fronteira do conhecimento”, disse o professor Hottz.

A proposta aprovada vai investigar a participação das plaquetas na resposta imunológica do corpo a patologias virais, com olhar especial sobre os vírus causadores da COVID-19 (SARS-CoV-2) e da dengue (DENV). As plaquetas são fabricadas na medula óssea e circulam na corrente sanguínea. Essas estruturas ajudam o sangue a coagular, processo chamado de hemostasia – quando os vasos sanguíneos lesionados param de sangrar.

Em casos graves das doenças investigadas, o organismo gera respostas imunológicas e vasculares exacerbadas, porém diferentes. Enquanto casos de dengue podem evoluir para um quadro de sangramento, pacientes com COVID-19 podem ter trombose, que é a obstrução de vasos sanguíneos causada por coágulos de sangue. Os coágulos podem ser causados pelo excesso de ativação das plaquetas.

“Vamos investigar como a plaqueta participa na regulação dessas respostas, tanto aquela que elimina patógeno, quanto aquela que induz tolerância para não deixar a inflamação crescer demais. Queremos saber como diferentes perfis de resposta da coagulação e, principalmente, das plaquetas, que são as principais células efetoras da coagulação, participam da regulação da resposta imunológica”, afirmou o Dr. Eugenio Hottz.

A categorização das plaquetas não é um consenso na comunidade científica. Nem todos os pesquisadores a definem como uma célula, por não terem elementos como o núcleo em sua composição. De acordo com o professor Hottz, esses componentes do sangue vêm passando por um processo de mudança de status, podendo ser considerados como células do sistema imune. “E aí surge o meu campo de estudo e do Laboratório de Imunotrombose, que eu fundei recentemente na UFJF – essa interface da coagulação com a imunologia e de como as plaquetas participam desses processos imunológicos e inflamatórios”, destacou o pesquisador.

Os trabalhos também se concentram em como os linfócitos atuam em infecções virais. Essas células, assim como as plaquetas, fazem parte do sangue e têm a função de produzir anticorpos. Os linfócitos têm a função citotóxica (destruidora para outras células) de eliminar o reservatório viral. “Ele identifica uma célula que está infectada com o vírus e mata essa célula, para que não fique replicando o vírus”, contou o professor. Em contrapartida, essa resposta gera dano para os tecidos, já que as células estão sendo eliminadas.

Projeto reúne pesquisadores do Brasil e dos EUA 

A chamada pública de apoio à ciência realizada pelo Instituto Serrapilheira é voltada  a projetos liderados por cientistas que estão começando a carreira, tendo no máximo oito anos de conclusão do doutorado. Um valor de R$ 700 mil foi destinado ao projeto, valor que pode chegar a até R$ 1 milhão. A seleção teve início em novembro de 2021 e o resultado final saiu em junho de 2022. Os pesquisadores terão um prazo de 3 anos, a partir de agosto de 2022, para entregar as conclusões da pesquisa.

A pesquisa contará com a colaboração de membros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional do Câncer (INCA), de professores e estudantes da UFJF – a partir da orientação de teses de mestrado e doutorado e projetos de iniciação científica. Também participará um grupo de pesquisadores especializado em plaquetas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. “Um elemento importante do projeto é a formação de recursos humanos para a ciência e a tecnologia. Formar jovens mestres e doutores habilitados a trabalhar com plaquetas e regulação de processos inflamatórios nessa encruzilhada entre coagulação, inflamação e imunidade. Como é uma área muito inovadora, formar jovens cientistas habilitados a trabalhar nesse campo, é uma grande contribuição do projeto e, com certeza, o Instituto Serrapilheira levou isso em conta na hora de avaliar”, concluiu o professor Eugenio Hottz.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Fonte: UFJF.

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