Destaque

Pesquisa revela importância da via de administração da terapia hormonal na menopausa

Fonte

Universidade de Calgary

Data

quarta-feira. 5 julho 2023 14:00

À medida que as mulheres se aproximam da menopausa, começam a experimentar flutuações nos níveis de estrogênio e, após a menopausa, produzem menos estrogênio e progesterona. Isso causa sintomas relacionados à menopausa e pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, incluindo insuficiência cardíaca, de acordo com a American Heart Association.

Em 2022, o Menopause Foundation of Canada Landmark Report mostrou que mais de 95% das mulheres apresentam sintomas relacionados à menopausa, como ondas de calor, alterações cognitivas, disfunção sexual, distúrbios do sono e alterações de humor. Essas mudanças podem ter um grande impacto na qualidade de vida de uma pessoa, na produtividade do trabalho, nas relações sociais e na saúde geral.

A Dra. Shafeena Premji, uma profissional de menopausa certificada pela North American Menopause Society, membro do conselho da Canadian Menopause Society e professora da Escola de Medicina da Universidade de Calgary, no Canadá, disse que os sintomas da menopausa podem durar sete anos ou mais: “A forma como os indivíduos experimentam esses sintomas pode variar e alguns desaparecem com o tempo. Mas os sintomas podem ser debilitantes a ponto de algumas pessoas deixarem seus empregos porque sentem que não conseguem mais administrar”.

Terapia hormonal – sim ou não?

A terapia hormonal da menopausa (THM) pode aliviar alguns desses sintomas. Administrada nos estágios iniciais da menopausa, a THM também pode trazer benefícios cardiovasculares, embora as diretrizes atuais no Canadá observem que a terapia hormonal não deve ser considerada como prevenção ou tratamento de hipertensão ou doença cardíaca.

Para confundir ainda mais as coisas, o uso da THM tornou-se controverso no início dos anos 2000, quando um estudo ligou terapias baseadas em estrogênio ao câncer de mama, destacou a professora Shafeena Premji. Na verdade, a THM foi amplamente abandonada entre 2002 e 2004.

Mas os resultados deste estudo foram contestados. Em 2022, a North American Menopause Society publicou sua declaração de posicionamento sobre a terapia hormonal e observou que, para a maioria das mulheres saudáveis com menos de 60 anos ou que estão dentro de 10 anos do início da menopausa, os benefícios da terapia hormonal superam os riscos.

Ainda assim, a Dra. Premji disse que muitas mulheres ainda têm medo da THM e 40% delas nem mencionam seus sintomas com o médico. Além disso, a professora Premji acrescentou que o tratamento da menopausa com THM foi retirado dos currículos das faculdades de medicina, deixando muitos médicos ‘no escuro’ sobre como podem ajudar seus pacientes.

“As mulheres ficam basicamente desamparadas e se sentindo sozinhas quando nem mesmo os médicos de família podem ajudá-las”, disse a Dra. Premji.

Método da terapia é o que importa

A Dra. Sofia Ahmed, também professora da Escola de Medicina da Universidade de Calgary, espera ajudar a resolver pelo menos uma parte do quebra-cabeça quando se trata de THM. Ela é líder na pesquisa sobre o impacto da terapia hormonal baseada em estrogênio no sistema cardiovascular.

A pesquisadora coliderou recentemente um estudo que investigou se a via de administração da terapia da menopausa baseada em estrogênio – por via oral, adesivo, cremes ou supositórios vaginais – alterava o risco de uma mulher desenvolver hipertensão, que está ligada a doenças cardiovasculares.

O estudo, publicado recentemente na revista científica Hypertension, descobriu que é importante a via de administração da terapia da menopausa baseada em estrogênio.

“Nosso estudo descobriu que aquelas que ingeriram terapias à base de estrogênio em forma de pílula tinham 14% mais chances de desenvolver pressão alta do que aquelas que receberam estrogênio por meio de um adesivo na pele e 19% mais do que aquelas que usaram cremes ou supositórios vaginais de estrogênio” disse a Dra. Sofia Ahmed.

“Nosso objetivo foi fornecer aos indivíduos e sua equipe de saúde as informações necessárias para tomar uma decisão pessoal sobre se e como a THM é aplicada”, disse a pesquisadora.

A professora Ahmed disse que mais pesquisa precisam investigar o impacto de diferentes formas de THM, incluindo aquelas que combinam estrogênio e progesterona, sobre o risco de doenças cardíacas e renais.

“É muito importante ter mais conhecimento sobre tratamentos hormonais seguros e eficazes durante a menopausa. No final das contas, é uma decisão individualizada sobre o que é melhor para a pessoa que está passando pela menopausa e deve incluir um diálogo aberto com seu médico ou equipe de saúde. Precisamos de grandes estudos randomizados considerando todas as complexidades da terapia hormonal em torno desse importante período de transição no ciclo de vida feminino”, concluiu a Dra. Sofia Ahmed.

O estudo, que incluiu dados coletados de mais de 112.000 mulheres de Alberta com 45 anos ou mais, também descobriu que tomar uma forma específica de estrogênio, o estradiol não oral, na dose mais baixa pelo período mais curto resultou nos níveis mais baixos de hipertensão arterial.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Calgary (em inglês).

Fonte: Dawn Smith, Libin Cardiovascular Institute via Universidade de Calgary.

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