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Pesquisadores da UFSC estudam como a biologia do Aedes pode ajudar no combate à dengue

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

domingo. 2 abril 2023 14:40

Em meio a uma nova epidemia de dengue em Santa Catarina, é dentro de um laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que um grupo de pesquisadores utiliza a fisiologia do mosquito Aedes aegypti – vetor de transmissão do vírus para os humanos – para estudar formas de combatê-lo. Um organismo pequeno, mas complexo, que se alimenta de sangue e é capaz de se reproduzir rapidamente, gerando situação de emergência em diversas regiões do Estado.

O inseto, que também é vetor de transmissão do zika vírus e chikungunya, é o objeto de pesquisa do Laboratório de Imunobiologia e Doenças Infecciosas (Lidi) da UFSC, coordenado pelo professor Dr. José Henrique de Oliveira e por outros professores do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. Eles investigam como mosquitos vetores toleram infecções por arbovírus – aqueles que são transmitidos por insetos que se alimentam de sangue.

Tolerância, nesse caso, tem relação com a capacidade do mosquito de não ser prejudicado pelo vírus que, nos humanos, pode causar sintomas dolorosos e levar à morte. “O meu objetivo primário é entender essa biologia, é pensar em intervenções capazes de inibir esse processo de tolerância que nós chamamos de um processo adaptativo”, explicou o professor José Henrique de Oliveira.

No caso do Aedes, explica o pesquisador, o inseto é alimentado pelo sangue contaminado, beneficia-se dos seus nutrientes, e carrega o vírus para novos hospedeiros, beneficiando também o microrganismo. Uma das grandes questões para a ciência básica, portanto, seria descobrir e quantificar o nível de tolerância do mosquito ao agente causador da dengue.

“Então, aqui, a gente descreveu um método para quantificar a tolerância. Talvez essa seja a fase mais significativa desse trabalho: a descrição de um método para quantificar tolerância em mosquitos. Isso nunca foi feito”, explicou o professor, cujo trabalho – que pode viabilizar um conjunto de outros estudos sobre a temática – está em estágio de pré-impressão.

O professor lembrou que a primeira característica de uma pergunta, de uma problemática científica, é que ela possa ser parametrizada, quantificada. Esse método permite transformar a tolerância de um Aedes aegypti em um dado concreto sobre quanto ele é capaz de resistir ao vírus. “A gente explorou o que eu chamo de uma curva dose-resposta: a dose de patógeno e a resposta que ele causa na saúde do mosquito. E agora a gente sabe medir”. Esse processo vai permitir que novas perguntas científicas sobre o inseto sejam respondidas de um modo mais assertivo.

Outro aspecto importante do estudo é que a ferramenta também é capaz de gerar um dado sobre mosquitos mais ou menos tolerantes em diferentes cidades. Isso significa estimar quais populações estariam mais propensas a serem vetores de transmissão da doença – dado que pode antecipar políticas públicas e de prevenção. A equipe trabalha com mosquitos criados para serem super suscetíveis à dengue, com o genoma totalmente sequenciado. O vírus também não é o que circula no ambiente, mas um produzido em laboratório.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.

Fonte: Amanda Miranda, Agecom/UFSC.

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