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Potencial das leveduras é foco de pesquisas no Campus Chapecó da UFFS e no INCT Leveduras
As leveduras são microrganismos utilizados em vários processos industriais de produtos de consumo comum e ainda há muito a ser descoberto sobre elas. Com foco nesse potencial das leveduras é que estão sendo desenvolvidas diversas pesquisas no Campus Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), sob a coordenação do professor Dr. Sérgio Luiz Alves Júnior.
De acordo com o professor Sérgio Alves, a UFFS ajudou a criar e agora integra, com diversas instituições de ensino públicas de todas as regiões do país, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Leveduras, criado a partir de um edital do CNPq e aprovado recentemente. A coordenação é do professor Dr. Carlos Augusto Rosa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador 1A do CNPQ.
De acordo com o professor Sérgio Alves, são quatro anos de proposta, para trabalhar com a biodiversidade de leveduras na natureza e avaliar o potencial biotecnológico delas nos biomas brasileiros. Devido à posição geográfica da UFFS, o grupo do professor ficou com a Mata Atlântica, que já era um bioma bastante explorado por diferentes grupos. No entanto, na Mata Atlântica existe uma vegetação específica, a floresta umbrófila mista, também conhecida por Mata de Araucárias, que ainda não foi muito estudada, por isso será o foco das pesquisas.
O professor da UFFS contou que há coletas na Argentina que estudam leveduras obtidas de araucárias que são do mesmo gênero das brasileiras, embora não da mesma espécie, e que mostraram um perfil fisiológico bastante interessante para a produção de cidra. Há, portanto, um grande potencial a ser explorado localmente. Segundo o professor, no mundo todo é possível perceber que os pesquisadores começam a voltar sua atenção para a biodiversidade por ver nela potenciais biotecnológicos em diferentes setores da indústria.
“A gente tem a ideia de, muitas vezes, trabalhar com microrganismos já da indústria e modificá-los geneticamente, mas sabemos que isso representa um risco; então, por que não tentar voltar à natureza e verificar o que ela pode nos dar?”, questionou o pesquisador. É nesse sentido que o grupo coordenado pelo professor realiza a bioprospecção, indo aos ambientes naturais buscar leveduras.
A pesquisa
O grupo vai a campo e coleta pequenas amostras de cascas de árvores e do solo perto delas em diferentes locais e épocas do ano. No laboratório, as leveduras são isoladas dessas amostras. “É diferente daquele fungo que mofa o pão, daquele fungo que gera o cogumelo, são fungos unicelulares”, explicou o Dr. Sérgio Alves. Nas análises é avaliado o metabolismo das leveduras diante de diferentes carboidratos.
“Leveduras são grandes consumidoras de carboidratos, daí vem a fama delas. Elas consomem carboidrato majoritariamente para gerar etanol. Por isso que a gente utiliza leveduras para fazer cerveja, vinho, cachaça, e etanol combustível. É isso que deu a fama das leveduras. O homem utiliza leveduras, ainda que inconscientemente, a maior parte do tempo, há mais de 10 mil anos”, destacou.
De acordo com o professor, as leveduras são microrganismos fáceis de trabalhar e seguros. Ele destacou que o potencial vai muito além de transformar malte em cerveja, pois, dentre todos os microrganismos, são os mais rentáveis em termos industriais no mercado mundial. “É mais de um trilhão de dólares por ano envolvido com processos industriais que têm leveduras. Só de cerveja e de vinho já chega perto disso. A cerveja está na casa de 600 bi anuais. E ainda é utilizada na indústria farmacêutica. Boa parte da insulina humana hoje é produzida em leveduras geneticamente modificadas”, disse o professor.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Fonte: UFFS.
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