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Potencial tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica pode reparar axônios de neurônios doentes

Fonte

Universidade Northwestern

Data

segunda-feira. 23 maio 2022 18:55

Novas pesquisas sobre o medicamento experimental NU-9, inventado e desenvolvido por dois cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, para tratar a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), mostram que ele é mais eficaz do que os medicamentos aprovados pela agência regulatória FDA para a doença.

Mais importante, o NU-9 tem um efeito aprimorado quando administrado em combinação com riluzol e edaravona. A droga foi inventada pelo Dr. Richard B. Silverman, professor do Departamento de Química da Universidade Northwestern, e estudos em animais foram coordenados pela Dra. Hande Ozdinler, professora de Neurologia da Escola de Medicina da universidade.

A pesquisa, publicada recentemente na revista Scientific Reports, mostrou que o NU-9 alongou os axônios de neurônios motores superiores doentes em um modelo de camundongo SOD1 com ELA. Esta nova descoberta sobre o alongamento de axônios de neurônios doentes ilustra ainda mais os benefícios do NU-9.

O axônio é o segmento do neurônio motor superior que conecta o cérebro à medula espinhal e forma o trato corticoespinhal, que degenera em pacientes com ELA. A deterioração dos axônios contribui para a paralisia rápida e fatal de pacientes com ELA.

“Para que um medicamento seja eficaz, é importante que ele melhore o crescimento do axônio e a saúde do axônio”, disse a Dra. Hande Ozdinler, coautora do estudo. “Isso é muito importante para conectar o cérebro e a medula espinhal e para revitalizar os circuitos dos neurônios motores que se degeneram nos pacientes”, continuou a professora. Na ELA, as células nervosas que iniciam o movimento no cérebro (neurônios motores superiores) e as células nervosas que controlam os músculos na medula espinhal (neurônios motores inferiores) morrem.

Em uma pesquisa publicada no ano passado, os cientistas da Universidade Northwestern mostraram que o NU-9 melhorou dois fatores importantes que fazem com que os neurônios motores superiores fiquem doentes na ELA: o dobramento incorreto de proteínas e a agregação de proteínas dentro da célula. Ambos os fatores tornam-se tóxicos para o neurônio e são comuns em pacientes com ELA e doenças neurodegenerativas em geral. Essa pesquisa mostrou que o composto NU-9 impediu que os neurônios se degenerassem tanto que os neurônios doentes se tornaram semelhantes aos neurônios de controle saudáveis ​​​​após 60 dias de tratamento em dois modelos de camundongos diferentes com ELA.

NU-9 evoluindo para estudos clínicos

A empresa AKAVA Therapeutics, fundada no ano passado pelo Dr. Richard Silverman, está realizando estudos de segurança animal necessários para que o medicamento (agora chamado de AKV9 na empresa) receba a aprovação da agência FDA para se tornar um novo medicamento em pesquisa. Esses estudos incluem a determinação do nível de dose e dos efeitos tóxicos.

“Se tudo correr bem, esperamos começar com voluntários saudáveis ​​em um ensaio clínico de Fase 1 no início de 2023”, disse o professor Silverman, coautor do estudo. Dependendo da resposta da FDA aos resultados da Fase 1, um estudo da Fase II para administrar o medicamento a pacientes com ELA pode começar no início de 2024.

“O NU-9 tem um novo mecanismo de ação e precisa ser testado em humanos quanto à sua eficácia no tratamento da ELA. É um longo processo – possivelmente 10 a 12 anos – para descobrir e fazer chegar um novo medicamento ao mercado. Mas esta droga nos deixa muito animados e esperançosos sobre suas possibilidades de melhorar a vida dos pacientes com ELA, que estão sem esperança há tanto tempo”, concluiu o Dr. Richard Silverman.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Northwestern (em inglês).

Fonte: Marla Paul, Universidade Northwestern.

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