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Quais são os repelentes realmente eficazes contra o Aedes aegypti?
Em meio ao surto de dengue no Brasil, que já soma 4,3 milhões de casos confirmados só em 2024, os repelentes foram desaparecendo das prateleiras das farmácias devido à alta procura. Ao mesmo tempo, diferentes produtos naturais à base de plantas, ou mesmo equipamentos com luz ou vibrações, têm sido difundidos com a promessa de afastar o Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença. Mas será que eles funcionam?
Para uma proteção eficaz, é importante ter atenção ao uso correto dos repelentes e utilizar somente aqueles recomendados e aprovados pelo Ministério da Saúde. Vale ressaltar que a utilização de repelentes não substitui a vacinação ou a eliminação de criadouros do mosquito, medidas essenciais para o controle da doença.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem duas categorias de repelentes: para aplicação na pele (cosméticos) ou para uso no ambiente (saneantes). Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com eficiência comprovada para repelir o mosquito.
Os inseticidas feitos com citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem estudos de comprovação de eficácia. Por isso, velas, aromatizantes de ambientes e incensos não são aprovados pela Anvisa.
Os repelentes indicados pela agência reguladora são aqueles que possuem uma das três substâncias abaixo. Todas são seguras para adultos, idosos e gestantes, desde que usadas de acordo com as instruções do fabricante. Existem, no entanto, algumas restrições para o uso pediátrico:
- DEET – não aprovado para crianças menores de 2 anos. Entre os 2 e 7 anos, é permitido desde que a concentração seja menor que 10%, com duas aplicações diárias. A partir dos 7 anos, pode ser aplicado três vezes ao dia. Duração de 4 a 6 horas.
- Icaridina – uso permitido em crianças a partir de 2 anos, em concentração de 25%, com duas aplicações diárias. Duração de 8 a 10 horas.
- IR 3535 – permitido para crianças a partir de 6 meses na concentração de 30%. Até os 2 anos, aplicar uma vez ao dia; entre 2 e 7 anos, duas vezes; e acima de 7 anos, até três vezes por dia. Duração de até 4 horas.
Cuidados no uso de repelentes cosméticos
De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, algumas medidas de segurança são necessárias na hora de aplicar os produtos:
- Aplique somente nas áreas expostas do corpo
- Reaplique o repelente de acordo com a recomendação de cada fabricante
- Para usar spray no rosto ou em crianças, aplique primeiro na mão e espalhe no corpo
- Não aplique nas mãos das crianças. Elas podem levar o produto à boca
- Não esqueça de lavar as mãos com água e sabão após a aplicação
- Em caso de contato com os olhos, lave-os imediatamente com água corrente
- Não aplique mais de três vezes ao dia, pois pode causar intoxicação
- Não durma com repelente. Tome um banho para remover o produto antes de dormir
- Em caso de suspeita de reação adversa ou intoxicação, lave a área exposta e procure atendimento médico. Se possível, leve a embalagem do repelente
Também é importante saber a ordem correta da aplicação de produtos na pele. Para garantir a proteção adequada contra os mosquitos, o ideal é passar primeiro o protetor solar ou hidratante, deixar secar e esperar 15 minutos para passar o repelente. Ele deve ser sempre o último produto a ser aplicado.
Produtos para o ambiente
Existem dois tipos de produtos para aplicação no ambiente: inseticidas e repelentes. Os inseticidas são indicados para matar mosquitos adultos, e são encontrados principalmente em spray ou aerossol. Já os repelentes apenas afastamos insetos, mas não matam.
Os repelentes são encontrados em espirais, líquidos e pastilhas, e costumam ser aplicados por meio de aparelhos elétricos. Eles devem ser colocados a uma distância mínima de dois metros das pessoas, perto de portas e janelas. Além disso, não devem ser usados em locais com pouca ventilação e nem perto de pessoas com asma ou alergias respiratórias.
A Anvisa destaca, ainda, que equipamentos que emitem vibrações, gás carbônico ou luz, que supostamente funcionariam como armadilhas para mosquitos, não são passíveis de regulação pela agência.
Acesse a lista completa de repelentes aprovados pela Anvisa.
Acesse a notícia completa na página do Instituto Butantan.
Fonte: Aline Tavares, Instituto Butantan.
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