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RNA entregue por nanopartículas reduz neuroinflamação em testes de laboratório
Algumas vacinas contra a COVID-19 utilizaram nanopartículas lipídicas (LNPs) de forma segura e eficaz para fornecer RNA mensageiro às células. Agora, um novo estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, mostrou que diferentes nanopartículas poderiam ser usadas para uma potencial terapia para a doença de Alzheimer. Em testes em vários modelos de camundongos e com células humanas cultivadas, uma formulação de LNPs recém-adaptada entregou efetivamente pequeno RNA interferente (siRNA) às células imunológicas da microglia do cérebro para suprimir a expressão de uma proteína ligada à inflamação excessiva na doença de Alzheimer.
Em um estudo anterior, os pesquisadores mostraram que bloquear as consequências da atividade da proteína PU.1 ajuda a reduzir a neuroinflamação e a patologia relacionadas com a doença de Alzheimer. Os novos resultados de acesso aberto, relatados na revista científica Advanced Materials, alcançam uma redução na inflamação ao reprimir diretamente a expressão do gene Spi1 que codifica a PU.1. De forma mais geral, o novo estudo também demonstrou uma nova forma de entregar RNA à microglia, que até agora tinha sido difícil de atingir.
A Dra. Li-Huei Tsai, coautora sênior do estudo, professora de Neurociências e diretora da Aging Brain Initiative do Instituto Picower para Aprendizagem e Memória do MIT, disse que levantou a hipótese de que as LNPs poderiam funcionar como uma forma de trazer o siRNA para a microglia porque as células que limpam os resíduos do cérebro têm uma forte tendência para absorver moléculas lipídicas. Ela discutiu essa questão com o Dr. Robert Langer, professor do MIT amplamente conhecido por seu trabalho influente na entrega de medicamentos com nanopartículas. Eles decidiram testar a ideia de reduzir a expressão da PU.1 com um siRNA entregue por LNPs.
“Ainda me lembro do dia em que pedi para me encontrar com Bob para discutir a ideia de testar LNPs como uma carga útil para atingir a microglia inflamatória”, disse a professora Tsai, membro do corpo docente do Departamento de Ciências do Cérebro e Cognitivas. “Estou muito grata à Fundação JPB, que apoiou esta ideia sem qualquer evidência preliminar”.
Jason Andresen, doutorando do Laboratório do professor Robert Langer (Langer Lab), e o Dr. William Ralvenius, ex-pós-doutorado do Laboratório da professora Tsai, lideraram o trabalho e são os coautores principais do estudo. O Dr. Owen Fenton, ex-pós-doutorado do Langer Lab e agora professor na Escola de Farmácia da Universidade da Carolina do Norte, é coautor correspondente junto com a professora Li-Huei Tsai e o professor Robert Langer.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (em inglês).
Fonte: David Orenstein, Instituto Picower/MIT.
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