Destaque

Síndrome mielodisplásica: gene pode se tornar um marcador preditivo no tratamento da doença

Fonte

Universidade de Bolonha

Data

terça-feira. 31 maio 2022 07:20

O nível de expressão de um determinado gene – chamado SALL4 – poderia ser usado para verificar a eficácia de um dos tratamentos mais populares para a síndrome mielodisplásica e a leucemia. É o que mostra um novo estudo internacional publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, que também contou com a presença da professora Dra. Matilde Yung Follo e do Dr. Lucio Cocco, professores do Departamento de Ciências Biomédicas e Neuromotoras da Universidade de Bolonha, na Itália.

“Se confirmados em coortes independentes de pacientes, os resultados que obtivemos podem abrir caminho para o uso desse marcador na prática clínica”, comentaram os dois estudiosos de Bolonha. “Isso pode levar a um melhor manejo de pacientes com síndrome mielodisplásica que estão atualmente em tratamento com o agente hipometilante azacitidina”, destacaram.

A síndrome mielodisplásica é um distúrbio do sangue que afeta a medula óssea, que não é mais capaz de produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas suficientes. Além disso, com o tempo, a doença pode evoluir para formas agudas de leucemia.

Um tratamento com azacitidina, que é um agente hipometilante – substância que bloqueia a metilação – foi introduzido há alguns anos para essa síndrome. Embora a metilação seja essencial para a proteção e reparo do DNA, bem como para regular o crescimento celular e a expressão gênica, em pacientes com síndrome mielodisplásica esse processo é de fato hiperativo e contribui para o desenvolvimento da doença.

No entanto, observou-se que a eficácia do tratamento com azacitidina é inferior à esperada em estudos clínicos. Cerca de 50% dos pacientes respondem positivamente ao tratamento; entretanto, em pacientes com falha terapêutica, o prognóstico médio é inferior a seis meses.

Para tentar entender como a eficácia dessa terapia pode então ser avaliada, os cientistas se concentraram no gene SALL4, que é um oncogene, ou um gene que pode promover o desenvolvimento de tumores. Em particular, o SALL4 é conhecido por seu papel no desenvolvimento da síndrome mielodisplásica, leucemia e vários tumores sólidos: sua hiper-regulação promove a proliferação de metástases e a resistência das células cancerígenas aos tratamentos medicamentosos.

O grupo de pesquisa internacional testou então como o tratamento com azacitidina afeta o SALL4, para entender se o comportamento do oncogene pode ser usado como um indicador do curso positivo ou negativo do tratamento. Para isso, foram analisadas duas coortes independentes de pacientes com síndrome mielodisplásica antes e após o tratamento com azacitidina.

Os resultados obtidos mostraram que 66% dos pacientes apresentaram uma sub-regulação do gene SALL4, enquanto 34% apresentaram sua hiper-regulação, sendo que estes últimos casos foram associados a um pior prognóstico em longo prazo.

Os pesquisadores também exploraram outro aspecto importante ligado ao gene SALL4: sua expressão está de fato associada ao nível de metilação do DNA. Em particular, usando técnicas avançadas de edição genômica, foi possível identificar uma região específica do DNA responsável pela expressão do oncogene. E foi observado que o tratamento com um agente hipometilante leva por um lado à desmetilação desta região e por outro à hiper-regulação do SALL4.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Bolonha (em italiano).

Fonte: UNIBO Magazine, Universidade de Bolonha.

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