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Teste simples pode levar a tratamento personalizado para câncer de ovário raro
Um estudo global sobre câncer de ovário mucinoso pode ajudar os oncologistas a recomendar o melhor tratamento para mulheres diagnosticadas precocemente com a doença.
Ao examinar imagens em microscópio para dois ‘padrões de invasão’ diferentes – a maneira como as células cancerígenas invadem o tecido ovariano – os oncologistas podem prever melhor quais pacientes podem ter prognósticos melhores ou piores e podem direcionar o tratamento de acordo. A descoberta foi relatada em um artigo publicado na revista científica Clinical Cancer Research.
“O câncer de ovário mucinoso é um tipo raro de câncer de ovário. Na verdade, tem mais em comum com cânceres gastrointestinais e pode ser difícil de diagnosticar e tratar uma vez que se espalhou para além dos ovários”, disse a Dra. Nicki Meagher, autora principal do estudo que acabou de concluir seu doutorado no grupo de Oncologia Molecular da Escola de Medicina Clínica da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália. A pesquisadora disse que observar qual dos dois tipos de padrões de invasão que as células cancerígenas formam pode ajudar os especialistas a decidir sobre as estratégias de tratamento.
“Mostramos pela primeira vez que mulheres com doença em estágio inicial – o que significa que têm tumores que não se espalharam além do ovário – têm chances de sobrevivência muito menores nos primeiros dois anos após o diagnóstico se tiverem o que chamamos de padrão infiltrativo de invasão. Saber isso no estágio inicial da doença significa que podemos identificar pacientes que poderiam se beneficiar de quimioterapia adicional após a cirurgia para remover seus ovários”, destacou a pesquisadora.
Os dois padrões de invasão são definidos pela forma como as células cancerosas se organizam quando vistas ao microscópio. O padrão infiltrativo de invasão associado a piores resultados de saúde mostra as células cancerígenas se espalhando de maneira desigual e aleatória pelo tecido ovariano. O outro padrão é conhecido como expansivo, onde as células se expandem pelo tecido de maneira mais ordenada e está associado a melhores prognósticos.
Até agora, outros estudos sugeriram que o padrão infiltrativo de invasão estava associado a piores resultados dos pacientes, mas nenhum estudo tinha um número grande o suficiente de pacientes com câncer em estágio inicial para alcançar significância estatística.
O estudo atual, que envolveu mais de 100 pesquisadores na Austrália, Reino Unido, Canadá, Ásia, Europa e Estados Unidos, foi capaz de testar essa hipótese em números muito maiores, examinando os tecidos de 604 pacientes. Os pesquisadores também procuraram a expressão de 19 genes, incluindo THBS2 e TAGLN, além dos padrões de invasão.
A professora Dra. Susan Ramus, que supervisionou o estudo global e chefia o consórcio Ovarian Tumor Tissue Analysis, disse que as diretrizes sobre como tratar mulheres com câncer de ovário mucinoso em estágio inicial diferem em todo o mundo devido a dados limitados sobre padrões infiltrativos de invasão associados às taxas de sobrevivência.
“Por exemplo, em algumas partes do mundo, um padrão infiltrativo é reconhecido como uma característica importante e determina o tratamento que essas mulheres recebem, enquanto em outros lugares, todos os pacientes recebem a mesma recomendação de tratamento. Esperamos que, após este grande estudo, as diretrizes de tratamento possam ser alinhadas e que possamos direcionar o tratamento para mulheres que possam ter esses indicadores mais graves, mesmo que sejam diagnosticadas em estágios iniciais”, concluiu a Dra. Susan Ramus.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).
Fonte: Lachlan Gilbert, UNSW.
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