Destaque

Vacina terapêutica contra o câncer do colo do útero tem resultados promissores em testes

Fonte

Jornal da USP

Data

sábado. 2 abril 2022 16:30

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolvem uma vacina terapêutica que, em camundongos, foi capaz de eliminar tumores associados ao papilomavírus humano (HPV), principal agente causador do câncer do colo do útero. Publicado na revista científica International Journal of Biological Sciences, o estudo mostrou que, quando associada à quimioterapia baseada em cisplatina, a vacina induziu resposta antitumoral específica capaz de eliminar tumores em estágio avançado de desenvolvimento sem apresentar toxicidade. Ou seja, não causou danos no fígado, nos rins, nem induziu a perda de peso nos animais. Os pesquisadores fazem agora a prova de conceito clínica em humanos.

O estudo é conduzido por dois laboratórios do ICB: Imunologia de Tumores, que é coordenado pelo professor Dr. José Alexandre Marzagão Barbuto, e Desenvolvimento de Vacinas, coordenado pelo professor Dr. Luís Carlos de Souza Ferreira, além da empresa ImunoTera Soluções Terapêuticas – startup parceira do ICB fundada pela Dra. Bruna Porchia e pela Dra. Luana Raposo Aps, pesquisadoras colaboradoras do instituto. O estudo conta ainda com o apoio da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas (HC) da USP, por meio dos professores Dr. Edmund Chada Baracat e Dr. José Maria Soares Junior, e da médica ginecologista Dra. Maricy Tacla.

Prova de conceito

O trabalho foi desenvolvido ao longo dos últimos anos no modelo de roedores de tumores associados ao HPV-16 baseado em células TC-1, amplamente utilizado por vários grupos desta área de pesquisa. Atualmente, uma prova de conceito clínica está sendo conduzida com pacientes diagnosticadas com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de alto grau, um estágio anterior ao câncer do colo do útero, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

“Conseguimos fazer a prova de conceito em camundongos e agora estamos validando os resultados em humanos, acompanhando um grupo pequeno de pacientes por um período de seis meses a um ano. A publicação dos novos resultados deverá ser feita em meados de 2023 e, então, partiremos para testes clínicos mais abrangentes, para avaliar a segurança e a eficácia do imunizante. Os resultados iniciais são muito animadores”, afirmou a Dra. Bruna Porchia, pós-doutoranda do ICB e primeira autora do estudo.

A aplicação do imunizante em humanos é feita de forma indireta. É retirada uma amostra de sangue da paciente e, em laboratório, as células dendríticas são isoladas e ativadas in vitro com o imunizante.  Após a ativação, as células retornam à paciente na forma de uma injeção. É quando as células dendríticas ‘ensinam’ o sistema imunológico, por meio dos linfócitos T, a reconhecer e eliminar as células tumorais ou precursoras dos tumores, conhecidas como neoplásicas, no colo uterino. 

Devido ao longo caminho regulatório que deve ser percorrido até o imunizante ser aplicado de maneira convencional nos pacientes, o método indireto possibilitou a realização desta prova de conceito clínica e a validação dos resultados alcançados nas duas últimas décadas de pesquisa. O estudo foi previamente aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do ICB-USP e do HC-FMUSP e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Assessoria de Comunicação do ICB-USP e Jornal da USP.

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