Notícia

Estudo descreve nova maneira de gerar células produtoras de insulina

Fonte

Instituto Karolinska

Data

sexta-feira, 17 junho 2022 13:05

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Doenças Metabólicas. Metabolismo. Microbiologia. Saúde Pública.

Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, mostraram como uma molécula que eles identificaram estimula a formação de novas células produtoras de insulina em peixes-zebra e tecidos de mamíferos, através de um mecanismo recentemente descrito como regulador da síntese de proteínas. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Chemical Biology.

“Nossas descobertas indicam um novo alvo potencial para o tratamento do diabetes, na medida em que demonstramos uma possível maneira de estimular a formação de novas células produtoras de insulina”, disse o Dr. Olov Andersson, autor sênior do estudo e pesquisador do Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto Karolinska.

Tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 são caracterizados por níveis elevados de açúcar no sangue, resultado de baixos níveis de insulina endógena – o hormônio necessário para a captação de glicose do sangue – ou uma incapacidade fisiológica de utilizar a insulina secretada – ou ambos.

Regeneração das células β pancreáticas

“Uma alternativa poderia ser um tratamento que regulasse a glicose no sangue aumentando o número de células β pancreáticas produtoras de insulina, por isso estamos pesquisando a possível regeneração dessas células”, disse o Dr. Christos Karampelias, primeiro autor do estudo e ex-doutorando do Departamento de Biologia Celular e Molecular no Instituto Karolinska.

A equipe do Instituto Karolinska já havia identificado uma pequena molécula capaz de estimular a regeneração das células β produtoras de insulina quando analisaram uma grande quantidade de substâncias em um modelo de peixe-zebra. Neste presente estudo, eles examinaram o mecanismo molecular dessa estimulação.

Ao analisar um grande número de interações moleculares em células de levedura, os pesquisadores mostraram que sua molécula se liga a uma proteína chamada MNK2. Estudos subsequentes em peixes-zebra e culturas de células indicaram que a molécula atua regulando a tradução do mRNA e estimulando a síntese de proteínas, sem as quais a formação de novas células β não pode ser aumentada. O peixe-zebra que recebeu a molécula também apresentou níveis mais baixos de glicose no sangue do que os controles.

O estudo também mostrou que a molécula pode induzir a formação de novas células β pancreáticas de suínos e estimular a expressão de insulina em organoides humanos (formações de células semelhantes a órgãos).

Estudos em tecido humano

“Agora estudaremos o efeito desta e de moléculas semelhantes no tecido humano e analisaremos a proteína alvo da molécula, MNK2, em tecidos de doadores saudáveis e doadores com diabetes”, disse o Dr. Olov Andersson.

A molécula estudada foi encontrada através de estudos em peixe-zebra, fornecendo um modelo valioso para testar um grande número de potenciais candidatos a medicamentos para diabetes. Como o embrião do peixe é transparente, seu desenvolvimento é fácil de monitorar com um microscópio. As larvas do peixe-zebra também têm apenas um aglomerado de células β, o que facilita os estudos de como novas células β são formadas após a população de células ter diminuído de uma forma que reproduz o início do diabetes tipo 1.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Felicia Lindberg, Instituto Karolinska. Imagem: Getty Images.

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