Notícia
Exame de sangue pode melhorar o diagnóstico e o prognóstico do linfoma de células B
Estudo indica que os níveis de proteína podem fornecer informações importantes para diagnósticos cada vez mais precisos e cuidados personalizados em pacientes com linfoma agressivo de células B
Belova59 via Pixabay
Fonte
Universidade de Helsinque
Data
terça-feira, 30 abril 2024 17:05
Áreas
Análises Clínicas. Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Diagnóstico. Estudo Clínico. Hematologia. Microbiologia. Oncologia. Proteômica. Saúde Pública.
O linfoma de células B é o câncer mais comum do sistema linfático. Em cerca de 30% dos pacientes com linfoma agressivo de células B, a doença tem recidiva. Atualmente, o perfil de risco para a doença deriva de estimativas clínicas, tais como uma classificação de risco baseada na idade e estado geral do paciente, bem como no estádio da doença. No entanto, estes métodos não são suficientemente precisos: os pacientes com maior risco podem passar despercebidos e as diferenças biológicas entre os linfomas permanecem inexploradas. Além disso, amostras de tecidos de má qualidade podem comprometer diagnósticos exatos.
Em um estudo nórdico conjunto recentemente concluído, pesquisadores da Universidade de Helsinque e do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia, investigaram como amostras de sangue de pacientes com linfoma poderiam ser utilizadas para melhorar o diagnóstico e tratamento da doença. A partir de amostras de sangue de 109 pacientes com linfoma agressivo de células B, os pesquisadores analisaram os níveis de 1.400 proteínas.
As amostras foram coletadas antes, no meio e no final dos tratamentos. Posteriormente, os pesquisadores compararam as amostras com dados clínicos dos pacientes, características do tecido tumoral e DNA tumoral circulante originário do linfoma.
Nas amostras de sangue, os pesquisadores identificaram um perfil de proteína inflamatória associado à baixa sobrevivência, tecido tumoral inflamado e carga tumoral. Além disso, os pesquisadores descobriram que diferentes subtipos de linfoma de células B podem ser classificados com base nos perfis proteicos obtidos em amostras de sangue.
O fato de os dados proteicos permitirem a monitorização da resposta dos pacientes ao tratamento foi, em primeiro lugar, uma observação importante.
“Descobrimos que os perfis proteicos das amostras de sangue podem ajudar a direcionar os cuidados aos pacientes que mais se beneficiarão com eles. Esta técnica impulsionaria significativamente o atendimento personalizado, pois leva em consideração tanto as características do tecido tumoral quanto a resposta do paciente à doença”, afirmou a Dra. Sirpa Leppä, professora da Universidade de Helsinque e do Hospital Universitário de Helsinque.
Recorrência da doença pode ser observável em amostras de sangue
De acordo com Maare Arffman, doutoranda da Universidade de Helsinque, os perfis de proteínas poderiam ser usados para aumentar a precisão dos diagnósticos nos casos em que uma amostra de tecido por si só não é suficiente.
Além disso, os perfis proteicos podem ajudar os pacientes nos cuidados adicionais e na observação de acompanhamento. Por exemplo, um exame de sangue poderia ser usado para determinar se as proteínas típicas da doença atingiram seu nível normal no final do tratamento. Outras medidas poderiam ser planejadas de acordo com as necessidades do paciente.
“Na prática, isto poderia significar que seria possível monitorizar quaisquer recaídas potenciais com a ajuda de amostras de sangue em vez de imagens”, disse Maare Arffman.
Próxima etapa: estudos clínicos
Os pesquisadores ressaltaram que antes da utilização cotidiana dos perfis proteicos, sua viabilidade deve ser investigada em estudos clínicos.
O grupo de pesquisa da professora Leppä já está planejando um estudo clínico onde utilizará amostras de sangue para traçar o perfil de pacientes com linfoma e personalizar o atendimento.
Segundo a pesquisadora, a utilização de biópsias líquidas na pesquisa do câncer é um campo em rápido desenvolvimento: “As proteínas e o DNA tumoral circulante nas amostras de sangue têm um enorme potencial para melhorar o diagnóstico do câncer, refinar o perfil de risco dos pacientes e orientar as decisões de tratamento”, resumiu.
Os resultados foram publicados na revista científica Med.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).
Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: Belova59 via Pixabay.
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